Biologia da Paisagem

Pixirica-da-mata junto a poço.

Miconia elegans – pixirica da mata

Origem: Brasil, em todas as regiões (exceto Sul), nos estados próximos do Brasil Central, inclusive Minas Gerais; 


Família: Melastomataceae, a mesma das quaresmeiras; 


Ecologia: espécie tropical, terrícola, endêmica do Brasil, típica de formações sombreadas a ensolaradas de Matas Ombrófilas (pluviais), Matas Ciliares e Matas de Galeria dentro dos domínios da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado e da Mata Atlântica. No Parque Estadual do Biribiri, em Diamantina (MG), foi encontrada mais de uma vez junto dos cursos d'água, em grandes afloramentos rochosos onde formam-se poços mais ou menos profundos. É muito parecida com outra espécie de pixirica, M. chamissois, arbusto ou arvoreta presente entre o México e a América do Sul subtropical, cujos frutos são comestíveis. No Brasil, também são encontradas em Matas de Galeria e Veredas de vários estados mais centrais:

Pixirica-da-mata junto a poço.

Pixirica-da-mata junto a poço, com deslumbrante paisagem do Parque Estadual do Biribiri - Diamantina (MG). 16/08/2024

Pixirica-da-mata junto a poço.

Pixirica-da-mata junto a poço de águas escuras no Parque Estadual do Biribiri - Diamantina (MG). 16/08/2024

Porte: arbusto, árvore ou arvoreta de ramos jovens pardacentos; 


Folhagem: folhas grandes, lanceoladas, de ápice acuminado e margens inteiras, verde-claras, glabras, brilhantes, sustentadas por pecíolos muito pequenos. Tendem a ficar voltadas para baixo. Apresentam um padrão curioso das nervuras em sua face adaxial: as principais são curvas, como é comum nas espécies da família, em número de 3 + 2 próximas das margens, porém as secundárias (transversais em "V") são abruptamente interrompidas próximo da borda do limbo foliar por uma das nervuras curvas, ou seja, as nervuras laterais são livres, não unidas à nervura central por uma membrana. Esse padrão é bastante relevante na identificação da espécie. Já na face abaxial, as nervuras principais são muito evidentes e proeminentes;

Floração: inflorescências apicais, ramificadas, em dicásios mais ou menos longos formados por pequenas flores pentâmeras, campanuladas, alvas e sustentadas por hastes bastante tomentosas em tons pardos; 

Frutificação: numerosos frutos pequenos formados entre a primavera e o verão, bastante vermelhos a negros com a maturidade, reunidos em infrutescências grandes e ramificadas, que se destacam na paisagem. Contrasta de forma muito estética e ornamental com as folhas. No Parque Estadual Biribiri (Diamantina - MG), foram observados no final do mês de agosto, ou seja, final do inverno:

Folhas e frutos da pixirica-da-mata.

Folhas verde-claras e frutos vermelhíssimos da pixirica-da-mata proporcionam belo contraste. Parque Estadual do Biribiri - Diamantina (MG). 16/08/2024

Uso paisagístico: espécie sem tradição nesse sentido, o que é justificável por estar associada a cursos hídricos, porém tem grande potencial ornamental devido ao contraste existente entre suas folhas verde-claras e seus frutos vermelho-intensos.  

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