Outros nomes populares: tabaco, pé-de-fumo, nicociana, erva-santa, erva-da-rainha, panaceia, anártica, betin, erva-sagrada, erva-de-santa-cruz;
Origem: América, especialmente Bolívia ou a região dos Andes e o noroeste da Argentina. Atualmente, já está naturalizada em boa parte do planeta. No Brasil, está presente em vários estados de todas as regiões;
Família: Solanaceae;
Ecologia: espécie terrícola, tropical, anual ou bianual, naturalizada no Brasil, de reputação medicinal datada de muitos séculos, como o rapé (pó oriundo da trituração das folhas após tratadas), porém atualmente não é indicada para este fim devido a sua toxicidade e falta de comprovação científica. É uma das plantas mais cultivadas no mundo, em quase todos os países, para a produção do fumo (cigarros e charutos), medicamentos e produtos artesanais. Apresenta potencial subespontâneo e pode colonizar ambientes ruderais: em Belo Horizonte, um indivíduo foi encontrado, informal e isoladamente, junto ao cimento, na rua Barão de Monte Alto, bairro Urucuia – Barreiro.
O fumo tem relevância cultural, religiosa e medicinal para diversos povos indígenas e social e econômica na história da humanidade. Provavelmente, trata-se de um híbrido entre N. sylvestris e N. otophora ou N. tomentosiformis. O popularmente conhecido tabaco é formado pelas folhas desta espécie e de suas variedades, fermentadas e secas;
Porte: subarbusto ou erva de grande porte - até 2 m de altura, ereto e pouco ramificado, recoberto por indumento pubescente;
Folhagem: folhas verdes, pilosas, muito grandes (até 50 cm de comprimento), inteiras, muito largas, em formato oval a lanceolado, simples, alternas e espiraladas, marcadas pelas nervuras impressas e sustentadas por pecíolos muito curtos ou mesmo ausentes. Dispõem-se de forma dispersa ao longo dos ramos e as mais velhas (embaixo) são maiores e mais numerosas que as mais novas (acima). Apresentam aroma nauseoso e sabor amargo;
Floração: inflorescências formadas por panículas com quantidade variável (5-10) de flores tubulosas, pubescentes, brancas, creme, róseas a ligeiramente avermelhadas, com tubo verde, observadas durante o inverno em Belo Horizonte, mas com potencial de florescer o ano todo. São pequenas em relação às folhas, mas grandes o suficiente para chamarem a atenção. Permanecem abertas ao longo do dia, mesmo nos períodos de maior insolação. Os estames ficam inseridos na metade inferior do tubo da corola, em alturas diferentes, e as anteras são púrpuras:
Frutificação: cápsulas ovaladas a elípticas, em formato semelhante aos botões florais, porém em cor mais amarronzada e escura, dentro dos quais há numerosas sementes pretas miúdas. Assim como as flores, podem surgir o ano todo na planta;
Uso paisagístico: apesar de sua reputação medicinal, apresenta flores ornamentais e que podem ser aproveitadas com finalidade estética.