Biologia da Paisagem

Folhas novas do pau-santo.

Kielmeyera sp. – pau santo

Origem: Brasil: em toda a sua porção central e estados adjacentes, desde o PR, BA até RO;


Família: Calophyllaceae; 

Ecologia: grupo de espécies rupícolas ou terrícolas, tropicais, com látex, nativas ambientes abertos, ensolarados e ventosos de formações campestres (inclusive campo rupestre), savânicas (inclusive as restingas) e até florestais (como as matas ciliares) dentro dos domínios da Amazônia, da Caatinga, da Mata Atlântica e, principalmente, do Cerrado. Podem apresentar xilopódio e tricomas.

É o gênero da família Calophyllaceae mais expressivo no Cerrado, com mais de 20 espécies, algumas com potencial medicinal, como o pau-santo (K. coriacea). A casca grossa dessas plantas pode ser usada como cortiça ou como isolante térmico e acústico. Na região metropolitana de Belo Horizonte, os paus-santos estão presentes na Serra do Curral, no Parque Estadual da Serra do Rola Moça e em áreas livres dentro da própria capital, o que indica a presença destas plantas em ambiente antrópico. 

Pau santo em formação savânica.

Pau santo em formação savânica no Parque Estadual Serra do Rola Moça, em BH, a 1200 m de altitude. 28/06/2024

Porte: árvores ou arbustos geralmente eretos, de porte diverso, desde indivíduos relativamente altos até outros de porte subarbustivo, sustentada por troncos revestidos por casca fina ou espessa;

 

Folhagem: folhas verdes ou em tons ligeiramente verde-azulados, simples, alternas e espiraladas, membranáceas ou rígidas, de margens lisas, em geral grandes, carnosas e sustentadas por pecíolos curtos e grossos, que separam a folha ao meio por meio de uma nervura central robusta e mais clara que o limbo (às vezes amarelada); 


Floração: inflorescências cimosas, terminais, formadas por flores bissexuadas, em geral muito ornamentais e chamativas, pentâmeras, brancas, amareladas ou rosadas (Kielmeyera rubiflora, a rosa-do-campo, uma das mais belas flores do Cerrado). As pétalas são assimétricas e separadas entre si e os estames, numerosos, fundidos na base e dispostos no centro da flor, podem trazer um bonito contraste com elas e, com isso, ter elevada relevância ornamental; 


Frutificação: cápsulas lenhosas, de formato curioso, que encerram numerosas sementes aladas, inseridas nas margens das valvas, comprimidas lateralmente e facilmente transportadas pelo vento - que costuma ser mais intenso nos locais onde são frequentes (encostas e topos de morro);  

Folhas novas do pau-santo.

Folhas novas muito avermelhadas do pau-santo. Parque Estadual Serra do Rola Moça, em BH. 28/06/2024

Frutos e sementes do pau-santo.

Frutos e sementes do pau-santo, observados durante o inverno no Parque Estadual Serra do Rola Moça, em BH. 28/06/2024

Uso paisagístico: grupo de espécies adequadas para o plantio isolado ou agrupado, especialmente em ambientes abertos de jardins, onde o sol entra por todos os lados. É bastante interessante para composições inspiradas no bioma do Cerrado, entre pedras e elevações. Pode ser usada como arborização em geral, mas, nesse caso, vale atentar para o porte de cada espécie (que varia) e a copa pouco robusta, que fornece sombreamento limitado. 

Deixe um comentário