Biologia da Paisagem

Tubérculo do cará-moela.

Dioscorea bulbifera – cará moela

Outros nomes populares: cará-do-ar, cará-tramela, cará-borboleta


Origem: África, Ásia e Oceania (centro-norte), mas naturalizada no Brasil, principalmente nas regões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste; 


Família: Dioscoreaceae, a mesma dos carás (Dioscorea spp.); 


Ecologia:​ espécie terrícola, volúvel, rústica, nativa de formações savânicas de áreas tropicais e subtropicais do velho mundo. No Brasil, é naturalizada ou até espontânea em algumas formações savânicas, especialmente nos domínios da Caatinga, do Cerrado e da Mata Atlântica, além de áreas antropizadas, onde é cultivada para o consumo familiar. Em ambiente arborizado (savanas, florestas, bosques ou sistemas agroflorestais), cresce suspenso em árvores.  


Apresenta um curiosíssimo caule aéreo do tipo tubérculo, uma verdadeira “massa de açúcares” pendente na planta, formado nas axilas das folhas, intumescido, em formato irregular mas mais ou menos discoide ou na forma de uma moela de galinha ou uma borboleta com asas abertas, e muito carnoso, responsável por reserva energética. Internamente, pode apresentar as cores branco e amarelado até tons arroxeados. Existem variedades escuras e com aspecto cascudo, não recomendadas para alimentação humana. É por meio destes tubérculos que a planta é propagada e, se mantidos em local úmido, o podem emitir brotações mesmo fora da terra. 

Tubérculo do cará-moela.

O cará-moela era mais encontrado em décadas passadas, tradicionalmente utilizado na alimentação das populações rurais, dado o baixo custo, refogado, cozido, frito, em sopas com carnes ou na composição de pães, particularmente os tubérculos rígidos, grandes (acima de 10 cm) que, inclusive, podem cair no chão. O tubérculo subterrâneo no pé da planta, de aspecto rugoso e com pequenas raízes escuras, também é comestível. É fonte de carboidratos (pode substituir a batata) e de proteínas. Atualmente, é mais difícil de ser visto nos quintais; 


Porte: liana formada por caule trepador herbáceo e cilíndrico; 


Folhagem:​ folhas verdes, alternas, inteiras, cordiformes, com até 18 cm de comprimento e marcadas pelas nervuras evidentes, sendo as primárias não ramificadas; 


Floração:​​ inflorescências em racemos axilares, em forma de cachos longos, com flores brancas; 


Frutificação:​​ cápsulas alongadas; 


Cuidados: o cará-moela aprecia climas quentes e úmidos e apresenta menor desenvolvimento em regiões com inverno mais marcado (seco e/ou frio), o que ocorre, principalmente, no Sul, Sudeste e parte do Centro-oeste do Brasil. Após colhidos, os tubérculos do cará-moela apresentam elevada durabilidade (4 meses) se conservado em ambiente fresco e seco; 


Uso paisagístico: espécie ideal para plantio junto a suportes (espaldeiras ou parreirais) onde seus caules podem enrolar-se, como grades, cercas ou mesmo outras plantas (arbustos e, principalmente, árvores). 

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