Outros nomes populares: canará, canará-do-mato, buritirana, miritirana, muriti, miriti, muri, carandaí-guaçu;
Origem: Brasil (em todo o centro-norte, exceto áreas do litoral e o extremo norte da região Norte);
Ecologia: palmeira terrícola, tropical, típica das áreas de veredas, palmeirais e matas ou florestas ciliares pelo país, nos domínios do Cerrado, Caatinga e Amazônia, caracterizadas por solos alagadiços mal drenados (“onde tem buriti, tem água”), motivo pelo qual também ocorre nas florestas-de-igapó, ou mesmo arenosos. Seu estipe já foi utilizado como matéria-prima na construção de casas e utensílios domésticos diversos e sua parte interna é processada em farinha usada para fabricação de pães e mingaus. Atrai araras, pássaro-preto, sofreu, entre outros animais. Trata-se da palmeira nativa mais presente no Brasil, inclusive está presente no “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a ocorrência desta palmeira está confirmada em área rural a norte do centro da cidade de Esmeraldas, a noroeste de Belo Horizonte, a cerca de 50 km em linha reta do centro da capital;
Porte: altaneiro e majestoso, com 20 a 30m de altura, com estipe de 30 a 80 cm de diâmetro, solitário, ereto, colunar, robusto, liso, sem ramificação e com aneis discretos. Apresenta raízes aéreas na base do estipe;
Folhagem: folhas verdes, em leque (palmadas), ocasionalmente com pequenos espinhos nas margens, espiraladamente distribuídas na copa, bastante grandes e com limbo profundamente recortado até quase a base, sustentadas por muito longos (até 4 m de comprimento!) e robustos pecíolos, utilizados para a confecção de brinquedos. São persistentes quando velhas e úteis para cobertura de casas. Apresentam bainha aberta e fibras grossas envolvendo as folhas:
Floração: inflorescências interfoliares, ramificadas e volumosas, de até 2,5 m de comprimento e muitas ramificações primárias e numerosas ráquilas, sustentadas por pedúnculos também enormes (até 2,5 m de comprimento). As flores propriamente ditas têm cálice tubular curtamente trilobado, 3 pétalas bem mais longas que as sépalas;
Frutificação: cachos grandes de frutos arredondados a elípticos, de até 5 cm de diâmetro, composto por polpa carnosa amarelo-alaranjada e casca marrom-avermelhada, consumidos frescos ou processados como sucos, vinhos, geleias, bolos, sorvetes, doces e farinha. O próprio curso d’água das veredas contribui na dispersão de suas sementes;
Uso paisagístico: pouco presente no paisagismo, mas de enorme potencial ornamental, exige locais amplos, como parques, praças e jardins espaçosos, especialmente junto a espelhos d'água.