Biologia da Paisagem

Palmeira buriti.

Mauritia flexuosa – buriti

Outros nomes populares: canará, canará-do-mato, buritirana, miritirana, muriti, miriti, muri, carandaí-guaçu;

Origem: Brasil (em todo o centro-norte, exceto áreas do litoral e o extremo norte da região Norte);

Ecologia: palmeira terrícola, tropical, típica das áreas de veredas, palmeirais e matas ou florestas ciliares pelo país, nos domínios do Cerrado, Caatinga e Amazônia, caracterizadas por solos alagadiços mal drenados (“onde tem buriti, tem água”), motivo pelo qual também ocorre nas florestas-de-igapó, ou mesmo arenosos. Seu estipe já foi utilizado como matéria-prima na construção de casas e utensílios domésticos diversos e sua parte interna é processada em farinha usada para fabricação de pães e mingaus. Atrai araras, pássaro-preto, sofreu, entre outros animais. Trata-se da palmeira nativa mais presente no Brasil, inclusive está presente no “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa.

Vereda cheia de buritis.

Vereda cheia de buritis em área rural do município de Esmeraldas - RMBH. 16/05/2024

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a ocorrência desta palmeira está confirmada em área rural a norte do centro da cidade de Esmeraldas, a noroeste de Belo Horizonte, a cerca de 50 km em linha reta do centro da capital;


Porte: altaneiro e majestoso, com 20 a 30m de altura, com estipe de 30 a 80 cm de diâmetro, solitário, ereto, colunar, robusto, liso, sem ramificação e com aneis discretos. Apresenta raízes aéreas na base do estipe;  


Folhagem: folhas verdes, em leque (palmadas), ocasionalmente com pequenos espinhos nas margens, espiraladamente distribuídas na copa, bastante grandes e com limbo profundamente recortado até quase a base, sustentadas por muito longos (até 4 m de comprimento!) e robustos pecíolos, utilizados para a confecção de brinquedos. São persistentes quando velhas e úteis para cobertura de casas. Apresentam bainha aberta e fibras grossas envolvendo as folhas:

Palmeira buriti.

Detalhe dos buritis, palmeira muito ornamental, associada a ambientes alagadiços. 16/05/2024

A vereda mais de perto.

A vereda mais de perto, com destaque para os buritis. 16/05/2024

Floração: inflorescências interfoliares, ramificadas e volumosas, de até 2,5 m de comprimento e muitas ramificações primárias e numerosas ráquilas, sustentadas por pedúnculos também enormes (até 2,5 m de comprimento). As flores propriamente ditas têm cálice tubular curtamente trilobado, 3 pétalas bem mais longas que as sépalas;  


Frutificação: cachos grandes de frutos arredondados a elípticos, de até 5 cm de diâmetro, composto por polpa carnosa amarelo-alaranjada e casca marrom-avermelhada, consumidos frescos ou processados como sucos, vinhos, geleias, bolos, sorvetes,  doces e farinha. O próprio curso d’água das veredas contribui na dispersão de suas sementes;  


Uso paisagístico: pouco presente no paisagismo, mas de enorme potencial ornamental, exige locais amplos, como parques, praças e jardins espaçosos, especialmente junto a espelhos d'água.  

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