Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral criada em 2007, inteiramente localizada na malha urbana de Belo Horizonte, em seu limite noroeste, na regional Venda Nova, dotada de 142 hectares de Mata Atlântica misturada com Cerrado. Já foi um bairro de BH e seu nome tem relação com a fazenda que existia ali anteriormente.
O objetivo da área é conservar um remanescente de área verde (e sua biodiversidade) da região norte de Belo Horizonte, já que a maioria das áreas verdes institucionalizadas da cidade encontra-se próximo da Serra do Curral. Esse remanescente é composto por formações campestres (brejosas ou não), savânicas e de florestas estacionais semi-deciduais, algumas bastante densas e preservadas, como uma Mata Primária, outras alteradas em diferentes intensidades. Além dos benefícios ambientais, o parque proporciona lazer, cultura e turismo para a população, além de ser um centro de educação ambiental, onde atende escolas e visitas guiadas.
Apresenta uma sede administrativa (com centro de visitantes) e trilhas ecológicas sinalizadas, como as trilhas da Mata (que adentra a grande área florestal densa do Parque), da Biquinha, Curiango, da comunidade e Pica Pau. Também conta com 4 mirantes (da trilha da comunidade, o mirante Comerciários, o mirante Nova York e o mirante da Fazenda), onde é possível avistar as serras do Curral, da Piedade, além da própria cidade de Belo Horizonte, Santa Luzia e a Cidade Administrativa de Minas Gerais. As diversas nascentes existentes no parque fazem parte da cabeceira do córrego Isidoro.
Além de autoguiadas, as trilhas podem ser feitas com monitoria especializada, atividade denominada “Trilha Temática Mensal”, oferecida mensalmente pela unidade, em que se aborda alternadamente temas como flora, fauna, água, solo, entre outras. No centro de visitantes, há estrutura de apoio ao público, como placas informativas, viveiro de mudas e uma exposição de elementos da flora e fauna regionais, em estrutura semelhante a um laboratório, como sementes, frutos, ramos e partes de animais conservados, todos devidamente identificados com nomes populares e/ou científicos, além de curiosidades sobre a natureza.
Quanto à avifauna, o Parque apresenta recorrência do curiango (ave noturna que deu nome a uma das trilhas), pica-pau-do-campo (que inspira o nome de outra trilha), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus), petrim (Synallaxis frontalis), joão-de-pau (Phacellodomus rufifrons) e sabiá-poca (Turdus amaurochalinus). A mastofauna (relativa aos mamíferos) apresenta espécies típicas de ambientes antropizados, como o mico-estrela (Callithrix penicillata) e o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris). Também há ocorrência de cachorros domésticos, que são resultado da cidade adensada em seu entorno.
A flora nativa é formada pelos ipês (Handroanthus sp.), jatobás (Hymenaea sp.), benjoeiro (Styrax ferrugineus), lobeira (Solanum lycopersicum), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), açoita-cavalo (Luehea sp.), macaúba (Acrocomia aculeata), jequitibá (Cariniana sp.), sangra d’água (Croton floribundus), ingás (Inga sp.), taboas (Thypha dominguensis), entre muitas outras espécies arbóreas, arbustivas, herbáceas e lianas.
Como espécie invasora, o capim-gordura (Melinis minutiflora) domina a parte savânica e campestre do parque, em convívio com arbustos e árvores nativas. Forma belos campos cor-de-rosa durante o inverno, muito ornamentais e de bom impacto estético, porém é um problema ambiental: além de suprimir ou dificultar o crescimento de ervas nativas, é um grande combustível e, portanto, suscetível ao fogo durante o período crítico de incêndios florestais no Parque (julho a setembro). Também pode-se citar o capim-colonião e a grande quantidade de leucenas (Leucaena leucocephala) em uma das entradas do parque, que dominam aquela área de borda mas que, felizmente, ausentam-se mais para o interior da UC.
Para mais informações sobre visitação e atividades do parque: http://www.ief.mg.gov.br/component/content/article/572-parque-estadual-serra-verde.