Origem: Brasil;
Ecologia: planta dioica, perenifólia, heliófita, pioneira, típica da Mata Atlântica Ombrófila Mista (“Mata de Araucária” ou “Mata de pinhais”) do sul do Brasil, desde o centro-norte do RS, quase toda SC e centro-leste do PR. Também ocorre no leste de SP, sul de MG, áreas serranas do RJ e em outras áreas elevadas do centro-sul do Sudeste brasileiro (acima de 900m), neste caso de forma bem mais espaçada (Mata Atlântica Ombrófila Mista), como na região de Barbacena. Belo Horizonte, cuja altitude média é próxima de 900m, está no limiar de ocorrência natural da espécie.
Diferente das florestas de coníferas do hemisfério norte, as matas de araucária brasileiras não são dominadas somente pelo pinheiro-do-paraná: apesar de predominarem no dossel superior, encerram árvores menores em seu sub-bosque. Está presente na região desde o período mesozoico, de forma que é considerado um “fóssil vivo”. Está na lista de espécies ameaçadas de extinção: originalmente, ocupou cerca de 1/3 do sul do Brasil, porém, atualmente, apenas 9% ainda existem, sendo somente 1% de floresta primária.
Símbolo do estado do Paraná, pode viver até 250 anos. Suas sementes (pinhão) são comestíveis e a madeira é muito utilizada para confecção de móveis. A exploração da madeira, inclusive, é a principal causa da devastação das matas de araucárias, especialmente a partir da 2ª Guerra Mundial. Felizmente, já há desenvolvimento de “araucárias de proveta”, via reprodução assexuada a partir de meristemas apicais em meio de cultura. Também, é a única planta nativa produzida por enxerto em larga escala. Uma curiosidade sobre esta espécie é que há dimorfismo sexual: indivíduos fêmeas têm copa em forma de taça e os machos têm copa semelhante a pinheiros.
Porte: potencialmente muito grande, de 20 a 50m de altura e 0,9 a 1,8m de diâmetro de tronco, que é retilíneo. Sua silhueta diferenciada e o porte robusto são uma das características mais típicas e ornamentais da espécie, facilmente reconhecida a distância por causa disso. Tem formato piramidal, quando jovem, e, posteriormente, de taça, e grande relevância ornamental, uma verdadeira escultura viva!
Folhagem: folhas verdes, perenes, aciculadas, coriáceas, típicas de árvores gimnospermas. São tão pontiagudas que chegam a machucar as mãos. Com exceção da gema apical (ortotrópica), todos os galhos com as folhas crescem para os lados (são plagiotrópicos).
Floração: inflorescências não atrativas para a fauna, representadas por estróbilos cilíndricos pequenos (masculinos) e esféricos enormes recheados de brácteas femininos), formados na primavera em árvores separadas. No outono, os estróbilos femininos fecundados se enchem de pinhões, empilhados e resultados de brácteas fecundadas pelo vento;
Frutificação: como toda conífera, não apresenta frutos verdadeiros e sua semente, o pinhão, não se encontra protegido. Apesar disso, atrai grande quantidade de aves (como as maritacas) e mamíferos e é fonte de alimento crescente da culinária brasileira;
Uso paisagístico: planta excelente para plantio isolado ou em grupos em praças e parques, especialmente em cidades do sul e na metade sul do sudeste brasileiro. No campus da UFMG, há um pequeno maciço de pinheiros-do-paraná em área verde próxima da reitoria, que formam um bosque, semelhante ao que ocorre em áreas do sul do Brasil. O clima ameno da capital mineira favorece o desenvolvimento saudável desta espécie.