De acordo com dados do inventário de árvores de Belo Horizonte, há cerca de 27.000 ipês nas ruas da cidade, principalmente os roxos, róseos e amarelos. Os menos comuns são os brancos e verdes. Essas árvores pertencem aos gêneros Tabebuia, Handroanthus (homenagem ao botânico brasileiro Oswaldo Handro) e Cybistax, todas da família Bignoniaceae.
São caducifólias, grandes, de tronco escuro, ereto ou tortuoso, e aspecto ordinário na maior parte do ano, indistintas das demais pela grande maioria das pessoas. As folhas são verdes, compostas, frequentemente pilosas, e formam copa arredondada, que fornecem bom sombreamento fora do período de inverno. Os frutos são cápsulas longas e estreitas, que abrigam grande quantidade de sementes aladas.
O nome ipê origina-se da língua indígena tupi e significa casca dura, em virtude de sua madeira densa, dura, difícil de serrar, durável e resistente a parasitas e umidade. Por esse motivo, é considerada madeira nobre. O mesmo também é conhecido como pau d’arco, porque antigamente os índios utilizavam a madeira dessas árvores para fazerem os seus arcos de caça e defesa.
A sua popularidade vêm da floração notável, espetacular na verdade, que ocorre em todos os invernos e primaveras, associada ao período de estiagem, em diversas cores: roxo, amarelo, branco, rosa e verde. Os primeiros são os roxos, entre o final de maio e julho, seguido pelos amarelos no final de agosto, brancos poucos dias depois e, por último, os verdes e cor-de-rosa entre setembro e outubro.
Muitas vezes, formam um tapete colorido abaixo da árvore após a queda das flores. Estas são campanuladas, semelhantes a cornetinhas, reunidas em inflorescências do tipo umbela, que dominam completamente a copa despida das folhas (exceto o rosa, que permanece folhada). Por essas características, os ipês são considerados a flor nacional do Brasil. A efemeridade dessas flores faz a floração ser quase um evento na cidade e ainda mais especial, até mesmo para os olhares mais desatentos.
Ipês-roxo
Ipês-roxo-de-bola deixam a avenida Cremona linda durante o inverno em BH:
Ipês-amarelo
Árvore símbolo do Brasil, são os ipês mais biodiversos, que florescem, normalmente, na segunda metade do inverno e começo da primavera, entre meados de julho e parte de setembro. Compreendem as seguintes espécies:
Na cidade de Belo Horizonte, apenas 3 espécies são frequentes: H. serratifolius, H. chrysotrichus e H. ochraceus.
Os ipês-amarelo, devido a maior variedade de espécies, têm padrões de floração mais diversificados, desde umbelas bem redondas até flores mais distribuídas na copa. Nas imagens a seguir, há um compilado de várias espécies:
Ipês-branco
Handroanthus roseo-albus (antigamente conhecido por Tabebiua roseoalba), chamado por alguns de "a noiva de BH", são os mais raros, nem tanto pela baixa quantidade de espécimes, mas pela floração muito efêmera, apenas 1 vez no ano e por menos de 1 semana, no começo de setembro. A população percebeu a beleza incomum dessa espécie e, nos últimos anos, plantou de forma espontânea a árvore na frente de suas casas, de forma que é muito mais fácil encontrá-la em bairros residenciais, nos passeios na frente dos domicílios, do que em outras vias, de arborização mais regulada pela prefeitura.
Ipês-rosa ou bálsamo
São os mais comuns, pintam a cidade de diversos tons róseos no começo da primavera, entre setembro e outubro, normalmente um anúncio da proximidade da temporada das chuvas: Tabebiua heterophylla - não é utilizado na arborização urbana de Belo Horizonte e Tabebuia rosea.
Ipês-rosa na avenida Amazonas
A avenida Amazonas, que liga o hipercentro de Belo Horizonte com as regiões Oeste, Barreiro e à cidade vizinha de Contagem, tem uma enorme quantidade de ipês-rosa - o que merece um destaque só pra ela. Na maior parte do ano, são apenas árvores comuns, de 5 a 15m de altura, de folhas compostas grandes, na cor verde, que aliviam a excessiva urbanização do local e trazem ótimo sombreamento. São muitas, enfileiradas que, durante a primavera - setembro e outubro - deixam o aspecto ordinário para trás e mudam o aspecto dessa parte da cidade.
Ipês-verde
As árvores conhecidas como ipês-verde (Cybistax antisyphillitica) não produzem o efeito ornamental esperado para o grupo. Muito pelo contrário, suas flores são muito discretas e não se destacam na copa da árvore, até porque, assim como seus frutos (vagens), têm a mesma coloração das folhas, daí seu nome popular. Também ocorrem em muito menor quantidade que os outros ipês mencionados acima.
Pertencem à mesma família dos ipês mais conhecidos e, de perto, percebe-se que suas flores e folhas são parecidas morfologicamente, motivo pelo qual recebem o nome popular de "ipê". São muito comuns em áreas florestais semideciduais.
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