Biologia da Paisagem

Flor da paineira-das-pedras.

Ceiba erianthos – paineira das pedras

Outros nomes populares: paineira-da-praia, barriguda;


Origem: Brasil, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e, principalmente, Espírito Santo; 


Família: Malvaceae, a família dos hibiscos e dos malvaviscos; 


Ecologia: espécie tropical, endêmica do Brasil, decídua, heliófita, pioneira, nativa de formações deciduais rochosas da costa litorânea, como morros de pedra, dentro do domínio da Caatinga e, principalmente, da Mata Atlântica, como as restingas. Ocorrem em terrenos pedregosos e declivosos, ou mesmo nas fendas de grandes pedras, que podem aparentar estarem soltas, normalmente bem próximas do litoral e da praia, motivo de um de seus nomes populares.


Neste tipo de formação, raízes grossas da árvore podem conviver visualmente entre as pedras, portanto fora do solo propriamente dito. São cultivadas, eventualmente, fora de seu local de ocorrência natural, como no Distrito Federal, São Paulo e Belo Horizonte (espécime deste artigo);


Porte: árvore pequena mas robusta, de até 6 m de altura, sustentada por tronco curto e grosso, ligeiramente verde, de até 60 cm de diâmetro, que se ramifica em ramos espalhados horizontalmente, ambos aculeados especialmente quando mais velhos; 


Folhagem: folhas verdes, compostas digitadas por 5 a 7 folíolos glabros, membranáceos, discolores, lanceolados, de até 9 cm de comprimento, conjunto sustentado por pecíolos de tamanho mediano (até 6 cm) e base engrossada:

Folhas da paineira-das-pedras.

Folhas palmadas da paineira-das-pedras dentro do Parque Ecológico da Pampulha - BH. 03/05/2025

Floração: flores geralmente solitárias, axilares, sustentadas por pedúnculos curtos e grossos, formadas durante o outono por sépalas verdes em formato semiesférico e pétalas tomentosas brancas com centro ("garganta") vermelho a vinho, que enrolam-se para trás com o tempo, abertas principalmente no período noturno. Quando em botão, as flores aparentam um grande batom branco felpudo e suas estruturas reprodutivas são pronunciadas para fora da flor, sendo os estames semelhantes a uma perna de bailarina e as anteras, aos sapatinhos delas. Em Belo Horizonte, foram observadas poucas flores durante o outono no Parque Ecológico a Pampulha, porém como a visitação ao local é apenas diurna, é possível que a quantidade de flores visíveis na copa esteja subestimado:

Flor da paineira-das-pedras.

Flor da paineira-das-pedras formada durante o outono no Parque Ecológico da Pampulha - BH. 03/05/2025

Frutificação: cápsulas cilíndricas, glabras, verdes, de até 12 cm de comprimento, que encerram fibras brancas (painas) responsáveis pela dispersão de suas sementes esféricas verde-escuras e, economicamente, são utilizadas localmente para enchimento de travesseiros, almofadas e colchões. Amadurecem entre o fim do inverno e o começo da primavera:

Flor velha e fruto da paineira-das-pedras.

Flor velha e fruto da paineira-das-pedras durante o outono no Parque Ecológico da Pampulha - BH. 03/05/2025

Árvore de paineira-das-pedras.

Árvore de paineira-das-pedras presente no bosque do Parque Ecológico da Pampulha - BH. 03/05/2025

Uso paisagístico: espécie adequada para plantio em áreas amplas, como grandes jardins, praças e parques, isoladamente ou em grupos com outras espécies. Deve ser evitada em locais de grande circulação de pessoas, em função dos seus acúleos abundantes, que podem provocar sensações desagradáveis, psicológicas e físicas, aos transeuntes.

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