Origem: Himalaia;
Família: Solanaceae, a mesma dos tomates, da lobeira, dos joás e do jiló;
Ecologia: espécie medicinal, venenosa, alucinógena, naturalizada em diferentes partes do mundo, como Europa, América do Sul e Ásia e subespontânea no Brasil como planta ornamental e ruderal. Tanto sob o ponto de vista da morfologia quanto dos usos e riscos associados, é semelhante à espécie D. metel, porém com folhas maiores e de margens mais lobadas. Também tem propriedades semelhantes à Brugmansia suaveolens (trombeteiras e copos-de-leite), embora atenuadas.
Pode parecer um contrassenso, mas a anágua-de-noiva é medicinal e venenosa ao mesmo tempo, o que define isso é o tipo de uso. Apresenta reputação espasmolítica, anticonvulsionante, narcotico-sedativa, neuro-sedativa e alucinógena, mas a ingestão indevida de qualquer de suas partes pode provocar envenenamento, com alucinações, perda de consciência e até morte. Por esse motivo, tem sido substituído por Duboisia myoporoides, que é mais rica em escopolamina;
Porte: arbusto ou subarbusto ereto e ramificado, com pouco mais de 1,5 m de altura. Apresenta ramos dicotômicos;
Folhagem: folhas verdes a verde-escuras, membranáceas, alternas, inteiras irregularmente denteadas (quase lobadas) ou recortadas, lisas, sustentadas por pecíolos longos, que podem ter cor verde ou negro-arroxeada na variedade tatula. Apresenta cheiro desagradável e sabor amargo;
Floração: flores tubulosas brancas, grandes, em forma de corneta, semelhante às flores do trombeteiro;
Frutificação: cápsulas deiscentes com pseudoespinhos longos, semelhantes a um maxixe (Cucumis anguria), o que pode ser perigoso (especialmente para crianças), já que a confusão envolve uma espécie alimentícia.
Abaixo, exemplos do anaguá-de-noiva na sua versão roxa. A forma típica da espécie ainda não foi encontrada pelo autor deste artigo em Belo Horizonte. Especificidades desta variedade podem ser lidas no artigo dela em separado, linkado acima.

Flor e fruto do anaguá-de-noiva na variedade roxa, ambos observados durante o verão em BH. 31/01/2025

Arbusto de anaguá-de-noiva na sua cvariedade roxa florido durante o verão na rua Marfim - Novo Glória (BH). 31/01/2025
Cuidados: os frutos desta espécie podem ser perigosos para adultos e crianças. Alerta! Envenenamento por ingestão de qualquer de suas partes.
Uso paisagístico: planta de uso restrito ou muito restrito, adequado para espaços privativos, portanto fora do trânsito de pessoas. O acesso à espécie deve ser restrito àqueles que a conhecem e, caso situações em que outras pessoas cheguem perto dela, é indicado anexar uma placa indicativa dos riscos de ingerir qualquer de suas partes.