A Área de Proteção Ambiental Fazenda Capitão Eduardo (APAFCR) foi uma Unidade de Conservação (UC) de Uso sustentável localizada em Belo Horizonte (MG), no limite com Sabará e Santa Luzia, criada em 27/07/2001 e extinta em 11/01/2016 pela Lei ordinária 21965. Eram cerca de 520 ha de vegetação savânica a florestal protegidas, além de trechos degradados e urbanizados, dentro dos domínios do Cerrado (47 ha) e da Mata Atlântica (467 ha).

Está localizada na grande bacia do Rio São Francisco e, dentro da UC, passam o Rio das Velhas e o Ribeirão do Onça. O clima é tropical típico do Brasil Central, subquente e amenizado pela altitude, que varia entre 700 e 900 m acima do nível do mar. Como curiosidade, é na área da extinta APAFCE que se encontram as menores altitudes do município de Belo Horizonte, na casa dos 700 m, junto do leito do Rio das Velhas e de alguns de seus afluentes. Em algum local ali, há o ponto mais baixo de todo o município: 673 m. A título de comparação, a maior parte da cidade está entre 850 e 900 m acima do nível do mar.
Os objetivos de criação da APA foram a recuperação, a preservação e a conservação ambiental do terreno, a proteção do ecossistema natural da área, a recomposição da mata ciliar e das demais áreas de preservação previstas em lei, a melhoria das condições ambientais para a recuperação e a proteção da fauna e da flora locais e a proteção de mananciais e do patrimônio paisagístico.

Detalhe das últimas áreas livres de Belo Horizonte, localizadas a norte e nordeste do município: a Mata do Isidoro, circulada em azul, e a área do bairro Capitão Eduardo, à direita. As áreas em cinza constam como "sem informação", pois são áreas invadidas não regularizadas, ainda pendentes perante à Administração Pública.
Conforme reportagem do Jornal Hoje em Dia, a justificativa para a extinção da UC é a incapacidade de o Poder Público colocar em prática estes objetivos: “o processo acelerado de expansão urbana da região e a ausência de implementação de ações objetivas teriam levado à descaracterização da APA, havendo a necessidade de regulamentação diferenciada, para permitir a preservação das áreas verdes remanescentes e o ordenamento da ocupação territorial”. Ainda, conforme a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a APA sequer tinha sido implantada em mais de 14 anos de existência. No local, já estava previsto o desenvolvimento de empreendimento habitacional no âmbito do programa federal Minha Casa, Minha Vida.

Mapa da extinta APA Fazenda Capitão Eduardo, com destaque para as Áreas de Preservação Ambiental pelo Zoneamento de Belo Horizonte (MG).
O perímetro que pertenceu a esta UC é uma das últimas área livres da capital mineira, junto da Mata do Izidoro localizada ao lado, da qual a chamada Granja Werneck compõe a maior parte – leia mais sobre as últimas áreas rurais de Belo Horizonte. Atualmente, a proteção que ainda resta ao território é o fato de a fazenda ser de propriedade da Prefeitura de Belo Horizonte e o próprio Zoneamento municipal, que categoriza boa parte da área como “Zona de Preservação Ambiental” em suas três categorias (1, 2 e 3). Cabe à prefeitura de Belo Horizonte criar parques ou outros mecanismos de proteção efetivos no local antes que toda a localidade seja engolida pela cidade que continua avançando em todas as direções.