Biologia da Paisagem

Origem: Brasil, em todos os estados. Como esta análise trata de um gênero inteiro e, portanto, de muitas espécies, é natural a elevada distribuição espacial. Espécies consideradas isoladamente tendem a ter distribuição muito mais restrita; 

Família: Bignoniaceae, a família dos ipês, dos jacarandás e de muitas trepadeiras floríferas, como a deste artigo; 

Ecologia:​ grupo de espécies terrícolas, tropicais a subtropicais, nativas de formações campestres, savânicas e florestais de diferentes densidades dentro de todos os domínios de vegetação brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), inclusive em campos rupestres, matas de galeria, restingas e áreas antrópicas. Basicamente, o grupo pode aparecer em todos os tipos de vegetação do país, com exceção de pontos específicos, como os manguezais. Apresenta ocorrência confirmada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RPPN Colina dos Tucanos), em áreas savânicas parcialmente florestadas e outras mais abertas, em ambos casos sobre elevações acima de 1000 m em relação ao nível do mar. 

Seguem exemplos de espécies do gênero, com algumas de suas características discriminatórias: 

• F. arthrerion - cápsulas (frutos) vilosas; 
• F. caudigera – flores róseas a liláses e folhas arredondadas; 
• F. chica – flores róseas e folíolos muitas vezes lanceolados; 
• F. conjugata – flores róseas e folíolos opostos no mesmo plano e ligeiramente cordiformes; 
• F. cinerea – flores róseas pequenas e folhas discolores; 
• F. egensis – tricomas glandulares bífidos; 
• F. elegans - pétalas das flores amarelas; 
• F. erubescens - brotos axilares dispostos concentricamente, pétalas rosadas a  alaranjadas e bordas dos frutos aladas; 
• F. florida – corola branca e folíolos glabros; 
• F. lauta - pétalas das flores amarelas; 
• F. leucopogon – flores roxo-escuras e folhas pilosas arredondadas 
• F. mollis - cápsulas (frutos) velutinas; 
• F. oligantha- inflorescências em racemos; 
• F. platyphylla (cipó-una) - flores róseas e folhas glabras, com nervuras evidentes; 
• F. pearcei - cápsulas (frutos) vilosas; 
• F. pubescens – flores róseas e folíolos glabros côncavos; 
• F. samydoides – flores vermelhas e folíolos pequenos; 
• F. simplex - inflorescências em racemos; 
• F. triplinervia – flores verdes/brancas a ligeiramente avermelhadas e folíolos de margens onduladas; 
• F. truncata - cálice longo cuspidado 

Porte: lianas, arbustos ou arvoretas sustentados por ramos cilíndricos ou angulares, que podem ser longos e vigorosos; 

Folhagem:​ folhas verdes,  arredondadas a elípticas, com nervuras aparentes ou não, às vezes brilhantes, constituídas por até 3 folíolos, porém muitas vezes apenas 2 – quando o folíolo terminal é substituído por uma gavinha simples - de consistência membranácea a coriácea. Os brotos foliares podem ser triangulares ou foliáceos redondos dispostos em 2 fileiras opostas; 

Floração:​​ inflorescências em tirsos ou dicásios formados por flores de cálice campanulado, cupular ou tubular e corola infundibuliforme ou tubular em vários tons de rosa, vermelho, roxo (inclusive escuro), branco, amarelo ou laranja. As mais comuns são as cor-de-rosa, motivo de seu principal nome popular. Em mais de uma oportunidade, foram observadas durante o outono na RPPN Colina dos Tucanos, porém certamente florescem em outros meses, já que há muitas espécies dentro do gênero; 

Frutificação:​​ cápsulas achatadas, retas, coriáceas ou lenhosas, lisas, ásperas ou verrucosas, de bordas elevadas ou não, dotadas de sementes oblongas ou elípticas, com asas de diferentes tamanhos proporcionais; 

Uso paisagístico: grupo de espécies pouco utilizadas no paisagismo, porém de enorme potencial ornamental devido a sua floração vistosa e abundante. É muito interessante para elevações como planta pendente ou escandente, além do revestimento de cercas, muros, pergolados e caramanchões.