Biologia da Paisagem

Folhas e estróbilos do cipreste-português.

Cupressus lusitanica – cipreste português

Outros nomes populares: cedrinho, cerca-viva, cipreste de portugal, cedro-de-goa, cedro-do-buçaco, cipreste-do-buçaco;


Origem: apesar de seu epíteto específico “lusitanica”, é nativa do Sul da América do Norte e parte da América Central - Belize, El Salvador, Guatemala, Honduras, México e Nicaragua; 


Família: Cupressaceae; 


Ecologia: espécie perenifolia, heliófita, de crescimento rápido, tropical a subtropical associada a montanhas de altitudes elevadas, espontânea entre os paralelos 15° e 28° de latitude Norte, em ambientes úmidos, como encostas e ravinas profundas. Nas áreas mais elevadas, pode conviver com abetos. Foi introduzida na Califórnia, África Oriental, Nova Zelândia, Espanha, França, Itália, Brasil e, especialmente Portugal (noroeste). 

Está adaptada a condições de clima subtropical ameno a frio - temperatura média anual que entre 10°C e 17°C o que, no Brasil, ocorre em alguns pontos do extremo sul do Brasil e nas Serras, tanto do Sul quanto do Sudeste – associado a pouca neve, invernos e verões suaves. A chuva deve ultrapassar os 800 mm anuais, porém com tolerância a valores menores (400 mm) e a estações secas mais marcantes, com quebra de desenvolvimento. Apesar da incompatibilidade climática, é amplamente cultivada em várias partes do Brasil. 


Seu plantio está muito associado à produção de madeira para construção (mobiliário maciço, painéis decorativos, carpintaria fina, contraplacados, folheados, microlaminados, aglomerados de partículas e celulose), que apresenta cerne amarelo dourado ou acastanhado e borne amarelo, com densidade de 465 kg/m3 a 12% de humidade. Sua abundante ramificação possibilita o sombreamento do solo e reduz o desenvolvimento de matos heliófilos e demais plantas ruderais; 

Indivíduo adulto do cipreste-português.

Indivíduo adulto do cipreste-português. Fonte: Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Portugal.

Porte: 20 a 30 m de altura, bastante ramificada, sustentada por tronco ereto, robusto e revestido por casca áspera e fissurado longitudinalmente. É dotada de copa piramidal nos indivíduos novos e rasa nos adultos, com ramagem horizontal curvada para baixo nas pontas; 


Folhagem: folhas (acículas) verdes, em escamas, bastante ramificadas, distribuídas em raminhos finos e delicados. Permanecem na árvore o ano inteiro; 


Floração: inflorescências masculinas e femininas dispostas na mesma planta, sendo os estróbilos femininos globosos, verdes a marrons quando maduros, dispostos nas axilas foliares, e os masculinos marrons-claros, pequenos e cilíndricos, dispostos no ápice dos raminhos; 

Folhas e estróbilos do cipreste-português.

Detalhe das folhas e estróbilos do cipreste-português. Fonte: Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Portugal.

Tronco do cipreste-português.

Tronco robusto e maciço do cipreste-português. Fonte: Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Portugal.

Uso paisagístico: espécie adequada para compor cercas vivas protetivas e cortinas de abrigo contra o vento. 

As imagens aqui apresentadas são provenientes do Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal.

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