Outros nomes populares: árvore-da-quaresma, flor-de-quaresma;
Origem: Brasil (Sudeste);
Família: Melastomataceae;
Ecologia: espécie tropical, terrícola, semidecídua, endêmica do Brasil, tópica de ambientes florestais sombreados da Mata Atlântica do Sudeste brasileiro, especialmente na sua versão ombrófila densa no Rio de Janeiro, porém também nas florestas semi-decídua do leste de Minas Gerais, inclusive na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o que contraria parte da literatura científica sobre o tema. A sinonímia botânica, T. granulosa, ainda é muito usada.
Árvore eleita símbolo de Belo Horizonte, apresenta forte relevância para o cristianismo e especial presença na frente de igrejas católicas, uma vez que anuncia a quaresma por meio de sua floração e já é parte da cultura popular. Ao longo do outono, perde suas flores e fica “a espera” do próximo verão, para encher a cidade novamente de tons violetas, roxos e róseos. Durante a floração, essa árvore ‘pinta’ as nossas matas de roxo;
Porte: árvore de 7 a 8m de altura na cidade, onde encontra maior luminosidade, e até 12m na natureza, com 30 – 40cm de diâmetro de tronco. Apresenta ramos jovens quadrangulares e alados, verdes a alaranjados, características relevantes para sua identificação quando na ausência de flores;
Folhagem: folhas simples, lanceoladas, ovaladas a fusiformes (base obtusa e ápice agudo), verdes, ásperas, bastante pilosas, com nervuras (5) curvas bem marcadas e sustentadas por pecíolos também densamente pilosos. Não é indicada para áreas muito poluídas, uma vez que as partículas suspensas se fixam nas pilosidades de suas folhas e atrapalham a fotossíntese:
Floração: inflorescências relativamente grandes, em cachos (tirsos) de flores pentâmeras róseas a roxas, formadas em abundância entre o verão e o outono, sendo esta a principal característica para identificação das espécies. Podem aparecer em outros momentos do ano, inclusive o inverno, porém mais discretamente. Diferente da maioria das flores, não tem néctar, de forma que o atrativo oferecido aos polinizadores é o próprio pólen.
Frutificação: cápsulas verdes a marrom-escuras, pequenas, com muitas sementes miúdas em cada, formadas também entre o verão e o outono;
Uso paisagístico: a quaresmeira-roxa é muito comum e indicada para ruas e avenidas, inclusive estreitas e sob fiação elétrica, além de praças, parques e canteiros amplos nas cidades, especialmente junto a igrejas católicas ou em contextos religiosos. Pode ser uma opção interessante do ponto de vista conceitual para pessoas católicas. São muito comuns em Belo Horizonte, porém em menor quantidade que as murtas, alguns ipês e sibipirunas, por exemplo.