Criada em junho de 1994 pelo Decreto Estadual 35.624 e complementada pela Lei Estadual n.º 13.960, de 26 de julho de 2001, é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável de cerca de 165.000 ha dentro do domínio da Mata Atlântica, nas bacias hidrográficas de São Francisco, Rio Doce e Atlântico Sudeste, responsáveis pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.
Trata-se de uma área genérica, grande, que abrange boa parte da porção sul da RMBH, inclusive algumas outras UCs, e integra, além de Belo Horizonte, os municípios de Sarzedo, Ibirité, Mário Campos, Brumadinho, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Itabirito, Caeté, Barão de cocais, Santa Bárbara e Catas Altas. Na capital, compreende todo o limite sul e leste do município, ao longo da Serra do Curral:
A unidade foi criada como uma demanda de moradores da região, especialmente de proprietários de residências da localidade de São Sebastião das Águas Claras. Vários setores entraram em negociação, por intermédio do Conselho Estadual de Política Ambienta (COPAM). Como não poderia ser diferente, a gestão é compartilhada pelo estado, Prefeituras e a sociedade civil, desde setores produtivos e associações civis, por meio de participação no Conselho Consultivo da unidade.
A área possui uma das maiores extensões de cobertura vegetal nativa contínua do Estado, abrangendo regiões conhecidas como Caraça e Gandarela. Ocorrem aí as matas úmidas de fundos de vales e as matas de altitude e grandes formações rochosas. Estas características determinam inestimável valor em termos de biodiversidade (IEF, 2023).
De acordo com o Centro Nacional de Unidades de Conservação - CNUC (2023), o objetivo da APA Sul RMBH é "Proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte e áreas adjacentes, com vista à melhoria de qualidade de vida da população local, à proteção dos ecossistemas e ao desenvolvimento sustentado".
A unidade convive com conflitos de grande escala, especialmente devido à vocação minerária da RMBH (ouro e, posteriormente, ferro), que foi um dos propulsores da urbanização no local desde o Século 18, principalmente em Nova Lima e Brumadinho. Atualmente, há conflitos e polêmicas em andamento quanto à mineração na Serra do Curral (dentro da área da APA), principal cartão postal da capital do estado e um dos símbolos de Belo Horizonte, presente no brasão da cidade.