Origem: Brasil, em boa parte do país (exceto parte da região norte), além da Argentina, Bolívia e Paraguai. Como trata-se da análise de um gênero inteiro, é natural a ampla área de ocorrência, que torna-se muito mais restrita se uma única espécie for considerada separadamente;
Família: Bromeliaceae;
Ecologia: grupo de espécies tropicais, subtropicais a temperadas, suculentas, terrícolas ou rupícolas, típicas de formações campestres (abertas, ensolaradas, ventosas e pedregosas a rochosas), savânicas e florestais de diferentes densidades dentro de todos os domínios de vegetação do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), inclusive campos rupestres, restingas e matas ciliares. Conforme o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (fonte explicitada ao fim), a maior riqueza de espécies encontra-se nos campos rupestres de Minas Gerais, sobretudo da Cadeia do Espinhaço (indivíduo deste artigo), em afloramentos e escarpas rochosas do Cerrado de Goiás e do rebordo do Planalto Meridional Brasileiro no ecótono entre os domínios do Pampa e da Floresta Atlântica no Rio Grande do Sul.
Algumas espécies apresentam distribuição geográfica restrita, frequentemente endêmicas de determinado afloramento, escarpa, encosta ou campo rochoso de localidades/acidentes geográficos característicos. Outras, no entanto, são mais comuns e amplamente distribuídas, com elevada plasticidade morfológica vegetativa, normalmente associadas afloramentos rochosos e solos rasos de fisionomias vegetacionais abertas, como o indivíduo encontrado para este artigo, junto a grandes afloramentos rochosos, em local com pouquíssimo substrato, no Parque Natural Municipal das Andorinhas - Ouro Preto (MG).
Ainda conforme a mesma fonte, algumas espécies amplamente distribuídas: D. spectabilis e D. dissitiflora na Caatinga, D. tenebrosa e D. machrisiana no Cerrado; D. tuberosa na Floresta Atlântica e D. remotiflora no Pampa. Esta informação é relevante diante da dificuldade que botânicos não especialistas no táxon podem encontrar para identificar a espécie, tamanha plasticidade morfológica.
Junto da planta-mãe, formam-se brotos ou rizomas robustos, muitas vezes rastejantes. Recentemente, a partir de evidências moleculares, cientistas propuseram a incorporação dos gêneros Encholirium e Deuterocohnia em Dyckia. O Brasil é o país que contêm a maioria das espécies catalogadas de Dyckia sp.;
Gravatá presente em afloramento rochoso do Parque Natural Municipal das Andorinhas - Ouro Preto (MG). 17/09/2023
Porte: grupo de espécies herbáceas, de porte baixo, comumente abaixo de 30 cm desconsiderando as inflorescências. O indivíduo encontrado para este artigo mal atingia os 15 cm de altura, porém com inflorescência mais elevada;
Folhagem: folhas verdes a marrom-arroxeadas após a maturidade, lineares a lanceoladas, coriáceas, duras, de ápice muito acudo (ou espinhento), suculentas, aculeadas, levemente curvadas, simples e dispostas em roseta aberta, que não acumula água, bem próxima do chão. Cada unidade foliar pode mudar de cor da base para o ápice, de forma que uma mesma folha pode ser verde próximo da inserção no caule e arroxeada no restante do limbo;
Floração: inflorescências em racemos terminais ou laterais, elevadas bem acima da parte vegetativa da planta por um escapo longo, onde quantidade variável de flores alaranjadas, trímeras, eretas, inodoras ou ligeiramente perfumadas, sustentadas por pedicelos curtos ou evidentes, dispõem-se em espigas. Foram observadas no começo da primavera no Parque Natural Municipal das Andorinhas - Ouro Preto (MG);
Frutificação: cápsulas dotadas de sementes numerosas, achatadas e aladas;
Inflorescência do gravatá formada durante o começo da primavera no Parque Natural Municipal das Andorinhas - Ouro Preto (MG). 17/09/2023
Flores alaranjadas do gravatá observadas no Parque Natural Municipal das Andorinhas. 17/09/2023
Uso paisagístico: bromélias interessantes para plantio em jardins temáticos do Cerrado e da Caatinga, associados a rochas e declividade, representando seu habitat natural, tanto em vasos e jardineiras quanto, principalmente, em canteiros pequenos e iluminados.