Biologia da Paisagem

Inflorescências do cipó-rosa.

Fridericia candicans – cipó rosa

Outro nome popular: cipó-roxo;


Origem: Brasil. Há divergências na literatura em relação à ocorrência desta espécie - enquanto a maior parte indica sua ocorrência nas regiões Centro-oeste e Norte, Harry Lorenzi afirma que a espécie predomina nos estados da região Sudeste; 


Família: Bignoniaceae, a mesma dos jacarandás e ipês; 


Ecologia:​ espécie trepadeira, tropical, de ecologia conflituosa devido à divergência relatada na origem da espécie, que se reflete aqui também: parte da literatura considera que esta espécie é nativa de florestas ombrófilas presentes nos domínios da Amazônia e do Pantanal, enquanto Harry Lorenzi (via seu livro “Plantas para jardins no Brasil”) considera que a espécie é nativa de formações florestais semideciduais, especialmente no domínio do Cerrado. Inclusive, o último autor afirma que a planta tem especial predileção pelas condições climáticas de boa parte do Brasil mais central, com inverno seco e ensolarado, o que não condiz com a realidade amazônica.


O autor deste artigo encontrou espécime semelhante na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RPPN Colina dos Tucanos) - fotos a seguir, em área aberta a mais de 1000 m acima do nível do mar, sobre barranco. No entanto, devido ao exposto, ele não apresenta convicção na classificação específica do indivíduo e prefere deixá-la apenas como Fridericia sp. 

Folhas do cipó-rosa

Folhas do cipó-rosa, formadas por folíolos mais ou menos elípticos. 12/04/2025

Maciço de cipós-rosa

Maciço de cipós-rosa sobre barranco em área aberta na RPPN Colina dos Tucanos - Sabará (MG). 12/04/2025

O conflito relatado nos últimos parágrafos deve-se, na visão do autor deste artigo, ao fato de, provavelmente, os autores considerarem espécies distintas como Fridericia candicans. Tal constatação apoia-se na enorme divergência geográfica dos registros, o que implica em táxons que não compartilham do mesmo ambiente. Há, ainda, a possibilidade de ampliação da área geográfica ocupada pela espécie no caso de ambas classificações estarem corretas, porém tudo isso carece de análise de especialistas. 


Porte: liana lenhosa, escandente, ramificada, robusta e vigorosa; 


Folhagem:​ folhas verdes, compostas por 2 ou 3 folíolos discolores, coriáceos e glabros, de formato mais ou menos elíptico e sustentados por foliólulos relativamente longos, conjunto este sustentado por folíolo longo; 


Floração:​​ inflorescências em panículas ou tirsos axilares e terminais compactos, formadas por muitas flores campanuladas, róseas a liláses, muito ornamentais. Conforme parte dos registros, surgem durante o outono:

Inflorescências do cipó-rosa.

Inflorescências do cipó-rosa, com a RPPN Colina dos Tucanos ao fundo. 12/04/2025

Flores do cipó-rosa.

Flores do cipó-rosa, liláses a róseas com centro mais escuro. 12/04/2025

Uso paisagístico: apesar de pouco comum no paisagismo, apresenta grande potencial ornamental em função da floração, principalmente em pergolados, portais, cercas e muros, onde pender suas folhas em função de seus ramos longos. 

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