A Ilha Rata é a maior ilha secundária do arquipélago de Fernando de Noronha, localizada na última posição de uma sequência de 4 ilhotas desprendidas da grande ilha principal: Ilha do Meio, Ilha Sela Gineta, Ilha Rasa e Ilha São José. Faz parte do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, portanto é um ecossistema florestal protegido dentro de uma unidade de conservação predominantemente aquática.
São cerca de 6,8 km de perímetro que perfazem 0,81 km² (ou 811.550 m²) de vegetação predominante florestal, com densa cobertura arbórea, herbácea e de lianas dentro do domínio da Mata Atlântica. Há alguns trechos campestres na ilhota, evidenciados pela cor verde clara nas imagens de satélite. Como há estação seca bem marcada no arquipélago, a vegetação da Ilha Rata tende a apresentar elevada deciduidade durante a estação seca e ensolarada do ano. As altitudes variam entre o nível do mar e pouco menos de 50 m.

Mata Ilha Rata - 04/2017
A ilhota, devido à dificuldade de acesso, é um refúgio para a fauna da região, que fica parcialmente vulnerável na ilha principal, mesmo em área de parque - já que este é contíguo à porção urbanizada e intensamente frequentada por turistas, portanto recebe visitas guiadas e sofre com algum grau de poluição sonora. Dessa forma, devido ao isolamento parcial do local e ao maior porte em relação às outras ilhas secundárias, é ótima alternativa para a reprodução das espécies não aquáticas do arquipélago, inclusive aves, já que têm maior potencial de manter ecossistemas equilibrados e saudáveis pelo baixo contato antrópico.
Vale salientar, no entanto, que o pequeno tamanho da Ilha Rata limita a quantidade de nichos ecológicos e não permite a produção de alimentos, como folhagens e frutos, para grande quantidade de espécies e indivíduos. Da mesma forma, não há espaço físico suficiente para grande abundância de indivíduos herbívoros e seus predadores carnívoros. Tal limitação é compensada, em parte, pelos ambientes florestais das demais ilhas secundárias ao lado e da ilha principal.
Durante as marés baixas, o contato entre a Ilha Rata e as demais ilhas secundárias fica facilitado com a ilha principal, em alguns casos é possível até mesmo percorrer o caminho em terra firme por certo tempo, como entre a Ilha São José e a Ilha principal. Isso permite que algumas espécies não voadoras consigam, eventualmente, transitar entre as ilhas, o que amplia as possibilidades de trocas – inclusive genéticas - entre os ambientes.
A presença de ratos exóticos e invasores, como o o Rattus rattus (rato-preto), e o Rattus norvegicus (ratazana) constitui uma das principais ameaças ao equilíbrio ambiental local, uma vez que eles roem praticamente tudo e comem vegetais, sementes, frutos e animais menores, como mabuias e até mesmo ovos de sebito e cocoruta, aves endêmicas de Fernando de Noronha. A desratização, aliada a outras inciativas, vai favorecer a restauração ecológica no local, processo que foi realizado na Ilha do meio entre 2017 e 2018. Ainda, há espe´cies vegetais invasoras, como a leucena e o Chumbinho.
Em seu interior, observa-se um farol e algumas construções da época em que o local era de alguma forma habitado, antes de se tornar parque em 1988, algumas delas já em estado de ruínas. Há um ponto de mergulho (Ressureta) e alguns marcos, como o Buraco do Inferno e a Ponta da Macaxeira, o ponto mais setentrional de todo o arquipélago. Dizem, ainda, que Júlio Grande, um dos moradores mais icônicos do arquipélago, plantava melancias na Ilha Rata.
Detalhe de parte da vegetação e de construções em ruínas na Ilha Rata:

Meados de maio de 2018.
Uma das ruínas da ilha Rata, com vista para o morro do pico, na ilha principal:

A visitação não é permitida, a não ser no âmbito do ICMBio, autarquia federal que cuida das Unidades de Conservação Federais, como a Ilha Rata. Para mais informações sobre o Parque em que a Ilha Rata está inserida, você pode ler o artigo exclusivo dele.