Biologia da Paisagem

Folhagem do jequitibá-rosa.

Cariniana legalis – jequitibá branco

Outros nomes populares: jequitibá-vermelho, jequitibá-branco, jequitibá-cedro, jequitibá-de-agulheiro, estopa, jequitibá-grande, pau-caixão, caixão, pau-carga, concolo-de-porco, pau-de-cachimbo, bingueiro, cachimbeiro, coatingua;


Origem: Brasil, em estados da região Sudeste, Paraná, Mato Grosso do Sul e parte do Nordeste, como Bahia, Pernambuco e Paraíba; 


Família: Lecythidaceae; 


Ecologia: espécie tropical, semidecídua, típica de formações florestais da Mata Atlântica brasileira, inclusive matas semideciduais e de altitude e alguns ambientes mais abertos, embora sua dispersão seja irregular e descontínua, mais concentrada no interior da floresta primária densa, onde ocupa o dossel mais elevado. A espécie Cariniana rubra é nativa de áreas úmidas de Goiás. 


Árvore-símbolo do estado de São Paulo, inspira os nomes de cidades, ruas, palácios, parques, bibliotecas (como a biblioteca da APA Parque Fernão Dias, em Contagem – MG), portanto faz parte da cultura do povo brasileiro. É apelidada de “a gigante da floresta”, já que é uma das maiores do Brasil e a maior da Mata Atlântica - só fica atrás de algumas amazônicas. Diz a lenda que o saci-pererê, que percorre nossas matas, fuma um pito de jequitibá; 


Porte: árvore de porte muito grande (30 a 50 m de altura), sustentada por um tronco bastante robusto (até 1 m de diâmetro), áspero, enrugado, ereto, cilíndrico, pouco ramificado e muito altaneiro com o passar dos anos, que termina na copa da árvore lá no alto. A casca que o reveste é pardacenta e fissurada longitudinalmente. Todo esse porte e o uso de sua madeira justifica a árvore até mesmo ser usada como ponto de referência em alguns lugares e algum de seus nomes populares; 


Folhagem: folhas verdes (róseas quando novas), elípticas a ovais, glabras, brilhantes ao sol, de até 8 cm de comprimento, simples, alternas e de margens ligeiramente onduladas. Devido à copa muito elevada (nos indivíduos mais velhos), é até difícil serem observadas. O aspecto rosado quando novas justifica um de seus nomes populares:

Tronco do jequitibá-rosa.

Tronco do jequitibá-rosa, fissurado longitudinalmente. 03/04/2025

Folhagem do jequitibá-rosa.

Folhagem do jequitibá-rosa observada no CEA - PROPAM, BH. 03/04/2025

Floração: inflorescências em panículas apicais e axilares formadas, durante o verão, por flores pequenas, de cor creme, muito discretas e sem relevância ornamental; 


Frutificação: cápsulas (pixídios) lenhosas, na forma de um pote alongado que, após amadurecidas entre o fim do inverno e o começo da primavera, liberam as sementes (aladas) pela abertura de uma “tampinha” em sua porção apical. Pode ser utilizada em trabalhos de artesanato e de decoração; 

Uso paisagístico: como uma árvore exuberante, robusta e altaneira, deve ser plantada em ambientes espaçosos, como parques e praças, além de grandes canteiros e jardins amplos. Não é adequada para arborização de ruas, quintais domésticos e boa parte da área urbana dos municípios brasileiros. É uma excelente opção de plantios para finalidades preservacionistas, portanto deve ser considerada em trabalhos de reflorestamentos nas áreas de sua ocorrência natural. 

Em Belo Horizonte (MG), um indivíduo foi encontrado no jardim do Centro de Educação Ambiental (CEA) do Programa de Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM), área pública de Prefeitura Municipal, no bairro Castelo. Apesar de urbano, é uma área verde e ampla, quase um parque municipal, o que possibilita o plantio responsável da espécie.

Árvore de jequitibá-rosa.

Árvore de jequitibá-rosa presente no CEA - PRORAM - Castelo (BH). 03/04/2025

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