Outros nomes populares: cinco-em-rama, ipê-amarelo-do-cerado;
Origem: Brasil, desde a região Norte, Nordeste até o sul das regiões Sudeste e Centro-oeste, passando por Minas Gerais e todo o Brasil Central. Pode ocorrer, ainda, no norte do Paraná;
Família: Bignoniaceae;
Ecologia: espécie tropical, heliófita, nativa de formações savânicas a florestais de diferentes densidades dentro dos domínios da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, da Mata Atlântica e do Pantanal. Apresenta significativa plasticidade ecológica em sua área de ocorrência, que varia desde solos arenosos e bem drenados nos cerrados até solos muito úmidos ou até encharcados no Pantanal e trechos da Caatinga. Da mesma forma, comporta-se como perenifólia nas florestas e semidecíduas ou mesmo decíduas no cerrado. Em Belo Horizonte, não é comum, tendo até o momento somente um indivíduo encontrado no CEA – PROPAM (bairro Castelo), provavelmente plantado.
Tal diferença de comportamento conforme o ambiente levanta algumas questões na literatura científica. De acordo com Harry Lorenzi, em seu livro “Árvores Brasileiras Volume 1”, indivíduos semelhantes à caroba-do-campo que ocorrem em várzeas úmidas e pantanosas do Pantanal Matogrossense e da Caatinga (Vale do Rio São Francisco) são, na verdade, da espécie Tabebuia caraiba. O botânico avalia que há diferenças morfológicas, ecológicas e fisiológicas suficientes para tal, embora seja importante ter em mente que o conceito de espécie passe prioritariamente pela capacidade de reprodução e geração de descendência fértil, o que não está explícito no livro supramencionado;
Porte: árvore de 12 até 20 m de altura, sustentada por troncos tortuosos de até 40 cm de diâmetro e casca suberosa. Em ambientes savânicos de cerrado, estas árvores costumam ser bem menores, da ordem de 4 a 6 m de altura;
Folhagem: folhas verdes, concolores, marcadas por nervuras amarelas visíveis, compostas digitadas, com 3 a 7 folíolos (em geral, 5 ou 6, característica que justifica um de seus nomes populares) coriáceos, rígidos, glabros, de formato elíptico, cada um sustentado por um peciólulo relativamente longo e todo o conjunto foliar sustentado por pecíolo longo. No cerrado, caem completamente entre o final do inverno e o começo da primavera, durante o período de predomínio das flores;

Folhas verdes da caroba-do-campo. 03/04/2025

Folhas da caroba-do-campo, com destaque para a face adaxial de um folíolo. 03/04/2025
Floração: inflorescências em panículas terminais formadas, entre o final do inverno e o começo da primavera, por flores ligeiramente verdes a intensamente amarelas, característica que justifica seu nome “aurea”;
Frutificação: cápsulas verdes, espessas, grossas, formadas durante a primavera, dotadas de numerosas sementes aladas, de cor creme, facilmente levadas pelo vento;
Uso paisagístico: espécie adequada para arborização em geral, especialmente devido a sua bela floração. É uma opção para calçadas, tendo em vista que não cresce muito em ambientes abertos, como pode ser observado pelo comportamento da espécie no cerrado. Pode ser bastante interessante para compor o paisagismo de praças e canteiros de cidades localizadas dentro do bioma do Cerrado ou em jardins inspirados nesse sentido.

Caroba-do-campo em área florestal do CEA - PROPAM - Castelo (BH). 03/04/2025