Biologia da Paisagem

Folhas da bromélia-africana.

Pitcairnia feliciana – bromélia africana

Origem: Guiné, na região de Futa Jalom ou Futa Djalom, onde é endêmica; 


Família: Bromeliaceae; 


Ecologia: interessantíssima espécie tropical, terrícola ou rupícola, rizomatosa, nativa de ambientes rochosos e acidentados, como falésias e topos de montanha, no solo ou em fendas de rochas, de áreas florestais quentes e úmidas, entre 300 e 600 m de altitude, próximas do oceano. Mais especificamente, em formações de arenitos que se sobrepõem a rochas graníticas. Há poucas informações disponíveis sobre a espécie, tendo em vista sua descoberta relativamente recente (1937) e à dificuldade de acesso aos indivíduos em ambiente natural.  


A biogeografia desta espécie é muito interessante, já que é a única bromélia nativa de fora do continente americano, o que significa que ela teve a capacidade de atravessar o Oceano Atlântico para se estabelecer ali, ao sul do Deserto do Saara, no extremo oeste africano, a mais de 3000 km da área de distribuição das outras bromélias. Na época de sua descoberta, os cientistas não esperavam encontrar uma bromélia no Velho Mundo e houve certo ceticismo inicial. A possibilidade de introdução da espécie pelo ser humano é descartada, tendo em vista o ambiente remoto e pouco influenciado pelo homem em que ocorrem. Estão em aberto questões como (1) a região de origem do precursor de P. feliciana e (2) por quais meios de dispersão a espécie atravessou o Oceano Atlântico e chegou à África. Uma hipótese é o transporte por tempestades tropicais. 

O ponto brasileiro mais próximo de sua área de ocorrência é a Ilha de Fernando de Noronha e, considerando o continente, o Estado do Rio Grande do Norte. Atualmente, está ameaçada de extinção na categoria “Em perigo” (EN) de acordo com a Lista Vermelha da IUCN; 

Porte: espécie herbácea, acaule, de baixo porte; 


Folhagem: folhas verde-escuras, rígidas, glabras, brilhantes, estreito-lanceoladas, de margens serreadas, curvadas para baixo, de 20 a 52 cm de comprimento. São maiores e mais abundantes durante a estação chuvosa; 


Floração: inflorescências em racemos terminais de até 21 cm de comprimento, formados por até 50 flores alaranjadas a avermelhadas, dotadas de néctar e sem aroma aparente. Surgem entre o verão e o começo do outono; 


Literatura de apoioJstor.

Folhas da bromélia-africana.

Detalhe das folhas da bromélia-africana. Fonte: iNaturalistNZ

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