Outros nomes populares: japecanga-do-mato;
Origem: Brasil – no setor leste, entre os estados de Santa Catarina e Pernambuco;
Família: Smilacaceae;
Ecologia: espécie tropical, terrícola, trepadeira, volúvel, rústica, muito espinescente, nativa de formações campestres e florestais dentro dos domínios do Cerrado e da Mata Atlântica, inclusive em matas ciliares, campos rupestres e restingas. É endêmica do Brasil e foi encontrada pelo autor deste artigo em Belo Horizonte e Esmeraldas, de forma associada ao ambiente urbano, e pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro no município de Santa Maria Madalena (RJ), a cerca de 1000 m de altitude, em matas secundárias de encosta e campos de altitude. Além das gavinhas, os acúleos da japecanga ajudam a planta a fixar-se em diversos suportes, inclusive as roupas das pessoas;
Porte: liana de porte modesto mas relativamente longo, sustentada por caule cilíndrico liso, glabro, esverdeado, espinhento, de até 5 cm de diâmetro;
Folhagem: folhas verdes (pardas quando secas), simples, alternas, duras, dispostas de forma espaçada ao longo dos ramos, marcadas por 5 nervuras curvas visíveis em ambas as faces do limbo e sustentadas por pecíolos curtos canaliculados e com par de gavinhas. Apresenta elevada variabilidade de tamanho (desde poucos centímetros até quase 30 cm) e formato mais ou menos arredondado ou fusiforme;
Floração: inflorescências diminutas, axilares, esverdeadas, em umbelas muito discretas e sem valor ornamental. Foram observadas durante a primavera (meados de setembro) na cidade de Esmeraldas (MG);
Frutificação: bagas globosas de menos de 1 cm de diâmetro, verdes quando imaturas e arroxeadas a negras quando maduras, com sementes avermelhadas dentro;
Cuidados: a japecanga tem acúleos extremamente agressivos e com potencial de causar ferimentos moderados em pessoas e outros animais. Donos de cabeças de gado costumam verificar a ocorrência da espécie na área do pasto, de forma a evitar que as tetas das vacas sejam rasgadas por eles. Deve-se evitar seu plantio em áreas de grande circulação;
Uso paisagístico: devido à característica citada acima, esta espécie pode ser utilizada como cerca-viva defensiva, junto de cercas, muros ou outras estruturas de apoio. É especialmente interessante para áreas isoladas e pouco acessadas de sítios e fazendas, especialmente por ser uma espécie nativa, sem potencial invasor.