Outro nome popular: sempre-viva;
Origem: Brasil, em todos os estados. Como trata-se da análise de um gênero inteiro, é natural uma ampla área de abrangência, porém cada espécie tem a sua própria, mais restrita;
Família: Eriocaulaceae;
Ecologia: grupo de espécies anuais, terrícolas, rupícolas ou mesmo aquáticas (“anfíbias”), tropicais, rizomatosas ou não, típicas de formações campestres, savânicas (inclusive restingas) e florestais (inclusive florestas ciliares ou de galeria) em todos os domínios de vegetação do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), porém especialmente nos campos rupestres do leste e centro-oeste do país, sobre afloramentos rochosos.
Portanto, apesar de sua ocorrência potencial em fitofisionomias de diversas densidades, são muito mais comuns em ambientes abertos e ensolarados, sobre afloramentos rochosos em áreas montanhosas de elevada altitude, características muito comuns em Minas Gerais. Maciços de chuveirinhos foram encontrados no Parque Estadual do Biribiri, em Diamantina (MG), próximos de riachos, e também no Parque Estadual de Ouro Branco, em ambos casos sobre elevações próximas ou superiores a 1000 m:
Trata-se de um grupo não monofilético, ou seja, as espécies não apresentam um ancestral comum único, tornando-se necessário um rearranjo da classificação do gênero. Por meio de extensas análises de caraterísticas morfológicas e moleculares das espécies do gênero, há novas propostas de classificação do gênero em andamento. Uma delas é o agrupamento dos gêneros Paepalanthus, Lachnocaulon, Tonina e Actinocephalus, em apenas um, Paepalanthus, porém isso está longe de ser unanimidade.
É um gênero extremamente complexo, com muitas espécies parecidas entre si, motivo pelo qual sua classificação a nível de espécie deve ser feita por especialistas da família Eriocaulaceae ou mesmo do gênero Paepalanthus. Outrora foi encarado como um repositório de espécies que não se encaixam nos outros gêneros da subfamília. Atualmente, são reconhecidas mais de 400 espécies nos neotrópicos, algumas na África, e cerca de 350 no Brasil.
Dessa forma, considerando as informações disponibilizadas, o artigo atual deve ser encarado como um norteador para pessoas curiosas e leigas e não tem por finalidade encerrar o assunto, até porque os próprios especialistas no gênero ainda não têm conclusões precisas sobre o grupo. Novas pesquisas e descobertas poderão alterar o que está exposto aqui.
Porte: ervas de porte variável, sustentadas por caules muito curtos (menos de 1 cm) ou alongados (cerca de 3 m de altura), ramificado ou não;
Folhagem: folhas verdes, coriáceas, pontiagudas, em formato triangular a lanceolado, simples, alternas ou dispostas espiraladamente ao longo dos ramos. Podem ser pequenas ou grandes, em roseta;
Floração: inflorescências com diferentes ordens de organização, normalmente sustentadas por escapos verdes cilíndricos, terminais ou axilares, solitários ou agrupados, formadas por capítulos pilosos alvos, ocráceos, amarelados ou enegrecidos, em diversos formatos, sempre tendendo ao esférico. Apresentam brácteas castanhas a marrom-escuras, douradas, creme ou, mais raramente, verdes. Em palavras mais simples, são pequenos agrupamentos elevados de flores normalmente brancas, sustentadas por hastes firmes, que podem vir isoladas ou em várias unidades de capítulos com seu respectivo escapo saindo de um ponto em comum. Tais características justificam seu nome popular “chuveirinho”:
O gênero Paepalanthus tende a apresentar escapos solitários, fasciculados ou dispostos em uma umbela simples, enquanto o gênero Actinocephalus tende a apresentar grupos de umbelas no ápice de um eixo principal, em uma organização mais densa e complexa. As flores propriamente ditas são miúdas, de difícil identificação, e apresentam 2 ou 3 pétalas unidas formando um tubo. Podem tornar-se rígidas e higroscópicas durante a maturação dos frutos. Foram observadas durante o final do inverno (segunda quinzena de agosto) no Parque Estadual do Biribiri (MG).
Frutificação: cápsulas do tipo aquênio, dotadas de sementes ovais ou elípticas, douradas a avermelhadas;
Uso paisagístico: apesar de quase nada exploradas, estas espécies têm elevadíssimo potencial ornamental durante o período de floração, especialmente no plantio em ambientes abertos, entre pedras e junto de tanques de água. No entanto, por tratar-se de plantas anuais, o aproveitamento paisagístico só será possível diante de uma inserção do grupo no mercado de flores, com produção de mudas em viveiros e comercialização constante nas floriculturas.