O Parque Estadual do Rio Preto (PERP) é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral localizada no município de São Gonçalo do Rio Preto, centro-norte de Minas Gerais, próximo de Diamantina e dos parques Estadual do Biribiri e Nacional das Sempre-vivas. Desde 30/07/1993, dia de sua criação, são cerca de 11950 a 12184 ha de vegetação savânica a florestal preservados, inteiramente dentro do domínio do Cerrado. Há mais de um valor de área divulgado oficialmente, de forma que optou-se por colocar ambos aqui. O seu perímetro, observado no mapa, é semelhante ao Estado brasileiro do Tocantins:
Está inserido no complexo da Serra do Espinhaço, em altitudes que variam de 750 até 1.822 m – portanto apresenta relevo muito acidentado da região alta do Vale do Jequitinhonha. O cume é o pico Dois Irmãos, símbolo do parque e das nascentes do rio Preto. Assim como ocorre em toda a região de Diamantina, apresenta amplos afloramentos rochosos. O entendimento da realidade geomorfológica do parque pode proporcionar uma rica experiência ecoturística para geógrafos, geólogos e outras formações afins, além de curiosos:
O nome do parque deve-se ao rio homônimo em seu interior, que também motiva o nome do município em que está localizado. As águas do rio, quando acumuladas em poços, ficam bastante escuras, tendendo ao preto, daí seu nome. Além dele, corre no interior da unidade o Ribeirão Santana. Todas as águas da UC pertencem à bacia do rio Jequitinhonha.
Apresenta imensos afloramentos rochosos ao longo de suas trilhas, que proporcionam enorme beleza cênica, motivo para muitas fotos nos mirantes naturais do parque, um deles considerado marco da Estrada Real. O rio preto forma diversos poços e cachoeiras, como a da Sempre-Viva e do Crioulo, sendo esta última uma enorme piscina natural, de aspecto escuro e ótima para mergulhos. Entre as trilhas, pode-se citar a do Cerrado e das Crianças.
Um destaque do parque é a presença de “praias” nos rios, que são grandes bancos de areia junto de poços, como ocorre na Cachoeira do Crioulo e no Poço de Areia. O aspecto claro da areia contrasta com a cor preta das águas. Há, ainda, 32 sítios arqueológicos representados por diversas lapas na unidade, onde podem ser encontradas pinturas rupestres. Outro aspecto natural da área, observada em meados de agosto, são as cores amarelas a alaranjadas que algumas árvores adquirem antes da senescência de suas folhas. Ocorrem em grande quantidade e contribuem para um visual ainda mais bonito da paisagem.
A vegetação do parque é savânica a florestal, com amplas florestas de cerradões em sua porção mais baixa e predomínio de formações mais abertas nas partes mais altas que, em alguns pontos, tornam-se campos rupestres devido aos afloramentos rochosos, embora a presença de árvores seja constante. Florestas ciliares, mais fechadas e densas, acompanham os cursos d’água, com espécies diferenciadas, como o samambaiaçu (Dicksonia sellowiana).
A flora local é composta por espécies típicas do cerrado, como pequis (Caryocar sp.), candeias, jatobás (Hymenea sp.), quaresmeiras, cagaitas (Eugenia dysenterica), imbirus (Eriotheca gracilipes), paus-santo (Kielmeyera sp.), muricis (Byrsonima sp.) canelas-de-ema (Vellozia sp.), cipós-de-cumanã-de-diamantina (Euphorbia sipolisii), entre outras cactáceas, leguminosas, asteráceas e diversas famílias botânicas.
O Rio Preto, declarado “Rio de Preservação Permanente” em 1991, é um afluente do rio Araçuaí que, por sua vez é do Jequitinhonha. A área do Parque abrange todas as suas nascentes e é isso que motivou primariamente a sua criação, devido ao interesse social e ambiental do rio para a população local:
A UC conta com Conselho Gestor e Plano de Manejo aprovado. Apresenta um centro de visitantes estruturado, alojamentos, área de camping, sede administrativa, casa de hóspedes, vias bem conservadas (algumas pavimentadas), viáveis para carros comuns, e trilhas muito bem estruturadas e sinalizadas, com facilitação de acessos aos visitantes. De acordo com informações obtidas no Centro de Apoio ao Turista de Diamantina, o PERP é referência nacional em estrutura. Para mais informações, consultar o IEF, órgão estadual gestor da UC.