Origem: Brasil, nos estados centrais, inclusive Minas Gerais. Está ausente nos estados do Sul, na porção mais a nordeste e noroeste do país;
Família: Melastomataceae, a família das quaresmeiras;
Ecologia: espécie tropical, rupícola ou terrícola, típica de formações campestres, savânicas e florestais dentro dos domínios da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado e da Mata Atlântica, como os campos rupestres e florestas ciliares. É particularmente frequente no bioma Cerrado e sua ocorrência nos demais domínios de vegetação está associada à transição com ele. Apresenta ocorrência confirmada por observação direta no Parque Nacional da Serra da Canastra, especialmente próximo dos cursos d’água, conforme pode ser visto nas imagens abaixo. É semelhante à M. pachyphylla;
Arbusto de Macairea radula em área aberta do Parque Nacional da Serra da Canastra durante o dia 21 de setembro de 2023.
Macairea radula junto a curso d'água no Parque Nacional da Serra da Canastra. Foto em 21 de setembro de 2023.
Porte: árvore, arbusto ou subarbusto sustentado por hastes ou troncos jovens avermelhados. Na área do Parque Nacional da Serra da Canastra, todos os indivíduos observados tinham porte arbustivo, entre 1 e 2 m de altura;
Folhagem: folhas verdes, elípticas com ápice mais ou menos circular, fortemente marcadas pela presença de indumento e pelas 3 nervuras curvinérveas mais visíveis, sustentadas por pecíolos curtos e robustos em tom avermelhado;
Floração: inflorescência terminais, formadas por flores roxas, liláses ou róseas com mancha branca na base das pétalas, tetrâmeras, marcadas pelos estames pronunciados e pendentes na cor amarela. No Parque Nacional da Serra da Canastra, formaram-se de forma abundante no começo da primavera (final de setembro), sob tempo muito quente e seco antes das primeiras chuvas. Como curiosidade, é documentada uma variação morfológica no comprimento do androceu (parte masculina da flor) e estilete que estão associadas às pressões de polinização:
Ramos, folhas e flores da Macairea radula.
Uso paisagístico: espécie potencialmente interessante para plantio isolado ou em grupos, na composição de maciços em espaços abertos e ensolarados de praças e jardins, onde sua floração muito ornamental possa expressar toda a sua estética. Também pode ser utilizada junto a muros como renques. É particularmente interessante seu plantio junto a lagos e pedras grandes.