O Parque Linear José Cândido da Silveira, localizado na região Nordeste de Belo Horizonte, é uma área protegida de 51.500 m², implantada em 2006, com características diferentes das demais da cidade. Não está cercada por muros ou grades e compreende, basicamente, o largo canteiro central da avenida de mesmo nome, entre a avenida Cristiano Machado e a rua José Moreira Barbosa, ao longo de vários bairros, como União, Horto, Cidade Nova e Santa Inês.
Devido à pequena dimensão em largura, o parque é altamente influenciado pela cidade ao redor e, em toda sua extensão, é possível ouvir os automóveis e sentir a cidade, seu trânsito, os ônus e os bônus. Essas características tornam o espaço, apesar de extensamente arborizado, muito antrópico e com muito restrita presença de fauna, que pode, eventualmente utilizar a área como um corredor ecológico entre outras áreas verdes da região, como o Museu de História Natural da UFMG, o Parque da Matinha e o Parque Ecológico e Cultural Professor Marcos Mazzoni:
As características descritas acima tornam esta área verde ideal para práticas de atividades estritamente inseridas no contexto urbano, como caminhadas, corridas, piqueniques e encontros casuais. O aspecto ecológico é bastante limitado no local, tanto pela forte influência da urbanidade quanto pela baixa complexidade de ambientes.
A vegetação é quase que exclusivamente arbórea, com pouquíssimo estrato herbáceo, devido ao forte sombreamento e pisoteio frequente pela população que utiliza o espaço para a prática de esportes e recreação. A composição de espécies também é fortemente influenciada pela população, que planta ativamente espécies nativas e exóticas no local, como:
Aldragos (Pterocarpus rohrii);
Chichá (Sterculia sp.);
Flamboyants (Delonix regia);
Ingás (Inga sp.);
Ipê-bálsamo (Tabebiua rosea);
Jerivás (Syagrus romanzoffiana);
Mangueiras (Mangifera indica);
Mulungu (Erythrina speciosa);
Oitizeiros (Licania tomentosa);
Paineira (Ceiba speciosa);
Pau-ferro (Libidibia ferrea var. leiostachya);
Pequizeiros (Caryocar sp.);
Pitangueiras (Eugenia uniflora);
Resedás-graúdo (Lagerstroemia speciosa).
De acordo com a PBH (2023), “a porção oeste do parque está inserida na macrobacia do Onça, na bacia do Cachoeirinha e na sub-bacia do Cachoeirinha. Já a porção leste está inserida na macrobacia do Arrudas, na bacia Santa Inês e na sub-bacia Santa Inês”.
Toda a influência urbana no parque não diminui sua extrema importância para a qualidade de vida dos belorizontinos, que têm, ali, um espaço fresco e confortável para diversas atividades. Também, a área contribui para a redução da intensidade da ilha de calor, mitigação de enchentes, sequestro de carbono (mitigação das mudanças climáticas) e constitui um refúgio para a fauna, especialmente como um corredor ecológico.