Outros nomes populares: jabuticabinha, murta, duque, goiabarana, arçazeiro;
Origem: Brasil, em todos os estados, exceto alguns do Nordeste;
Família: Myrtaceae, a mesma das pitangueiras, das goiabeiras, dos araçás e da jaboticabeira;
Ecologia: espécie terrícola, tropical, caducifólia ou semidecídua, nativa de diversas formações vegetais dentro dos domínios da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, desde campestres (como os campos rupestres), savânicas (como o Cerrado e as restingas) e florestais de diversas densidades (como as matas ciliares, as florestas amazônicas - de terra firme ou alagadas - as matas estacionais deciduais ou perenifólias e as florestas ombrófilas - mistas ou não).
Como é possível perceber, é bastante rústica e generalista, adaptando-se a diversas condições de temperatura (exceto o frio subtropical do sul do RS) e luminosidade, porém preferencialmente em terrenos úmidos. É particularmente frequente em florestas montanas da Serra do Mar e do Planalto Meridional. Em Belo Horizonte, foi encontrada em área florestal sombreada do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado e, na grande BH, é relativamente comum em áreas florestais associadas a cursos d’água na RPPN Colina dos Tucanos;
Porte: árvore de 6 a 14 m de altura, formada por copa arredondada, densa e baixa sustentada por tronco cilíndrico de até 40 cm de diâmetro, revestido por casca bastante avermelhada e manchada de tons mais claros. Esta característica é fundamental para sua identificação, não somente a nível da taxonomia, mas na própria mata: a cor do seu tronco é notável e se destaca dentre a grande maioria das outras árvores;
Tronco: tronco acastanhado ou profundamente vermelho, bastante ornamental e que se destaca nos interiores das matas. É o principal atributo ornamental da espécie;
Folhagem: folhas verdes, simples, glabras, brilhantes, mais ou menos elípticas, de ápice agudo sustentadas por pecíolos curtíssimos:

Folhas verdes e compostas do camboim. 25/11/2021

Detalhe do fuste muito vermelho do camboim. Foto em 25/11/2021.
Floração: inflorescências de ocorrência no verão, período mais chuvoso do ano em grande parte do Brasil, formadas por em fascículos axilares com até 4 flores miúdas branco-esverdeadas;
Frutificação: frutos globosos, negros ou vermelhos, com polpa suculenta doce-adstringente. São abundantes na planta e amadurecem entre o inverno e o começo da primavera;
Uso paisagístico: espécie adequada para o plantio em reflorestamentos mistos, especialmente sob sombreamento parcial no início de seu desenvolvimento. Em ambiente urbano, seu plantio pode ser interessante em função do seu tronco vermelho, porém existe a limitação do excesso de luminosidade atrapalhar seu desenvolvimento. Nesse caso, deve-se optar por áreas que recebam pouca luz solar, pelo menos nos primeiros anos de crescimento. Por causa disso, os parques urbanos são a opção mais viável, mas é possível adequar para uma praça previamente arborizada por árvores frondosas, por exemplo.

Camboim em área florestal, logo no corredor de entrada do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, em BH. Foto em 25/11/2021.