Biologia da Paisagem

Vista aérea do Parque Municipal.

Parque Municipal Américo Renné Giannetti

Grande jardim de 182.000m² de área (cerca de ⅓ do tamanho original), projetado pelo paisagista Paul Villon junto com Aarão reis, presente no coração de Belo Horizonte, na área hipercentral mais adensada da cidade, desde antes de sua fundação. Originalmente, compreendia o espaço delimitado pelas avenidas Afonso Pena, Alfredo Balena, Francisco Salles e Assis Chateaubriand. Seu nome deriva do prefeito que geriu a cidade na década de 1950. 


Inaugurado em setembro de 1987, é o patrimônio ambiental mais antigo da capital mineira, uma área verde que funciona como um oásis em meio à selva de pedra que se tornou a região de seu entorno. Desde 1977, todo o conjunto paisagístico do parque é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG). 


Grandes nomes históricos, como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pelegrino frequentaram o local, que tem as ruas, alamedas, lagoas e riachos traçados livremente. Entre as décadas de 40 e 70, esteve sem grades, por influência de movimentos modernistas.



VEGETAÇÃO E ASPECTOS ECOLÓGICOS


Diferente de outros parques municipais, não representa uma área natural, como alguma fitofisionomia de Cerrado ou de Mata Atlântica que predominava na região, mas trata-se de um grande jardim plantado, com espécies selecionadas, tanto nativas quanto exóticas, de forma ornamental e harmônica. Os atributos estéticos e sua interação com os equipamentos recebem muito mais atenção que processos ecológicos neste parque, embora não sejam indissociáveis - até porque a quantidade de espécies botânicas é bem significativa e favorece a presença da biota animal, que busca flores e frutos para se alimentar.


São cerca de 300 espécies de árvores representativas de todos os biomas brasileiros e de outras partes do mundo, como figueiras, ipês, eritrinas, jaqueiras, cipreste calvo, guapuruvus, pau mulato, pau rei e sapucaias, além de centenas de espécies arbustivas e herbáceas ornamentais, como agapantos, lírios, ixórias, azaléias, moréias, marantas e bromélias. Como é muito antigo, apresenta árvores muito antigas, até centenárias. Também abriga o Orquidário Municipal e um Jardim das Borboletas, que favorecem a presença dos lepidópteros.


Toda essa biodiversidade permite a existência de nichos ecológicos diversos e, consequentemente, mais de 70 espécies de vertebrados, como bem-te-vis, sabiás, garças, periquitos, gambás de orelha branca e o mico-estrela, podem ser observados. Além de grande quantidade de invertebrados, entre eles, borboletas, mariposas e abelhas. Há um trabalho de controle de pragas no local, a fim de controlar a população de insetos.


A presença de placas identificadoras das espécies em várias partes do parque funciona como uma forma de educação ambiental, já que mostra à população (de toda faixa etária e condição social, afinal, é uma área central) a origem e o nome científico das plantas. Dessa forma, fica evidente que os espécimes foram inseridos ali propositalmente, com uma finalidade apoiada em preceitos técnico e científicos.


O parque possui 3 lagoas (Lagoa dos Barcos, Lagoa dos Marrecos e Lagoa do Quiosque), 3 cascatas abastecidas por nascentes naturais e 2 laguinhos artificiais que aclimatam o viveiro de plantas medicinais e o Jardim de Borboletas, além de algumas nascentes, a mais importante no terreno do Hemominas, antiga área do Parque, que é canalizada sob a Alameda Ezequiel Dias.

Além dos aspectos ambientais em destaque neste artigo, o Parque Municipal tem grande relevância histórica, arquitetônica, cultural e social. Apresenta equipamentos culturais, como o Palácio das Artes, teatro Francisco Nunes, Coreto, Mercado das Flores, além de brinquedos para crianças (escorregadores, castelão, playground, carrossel, roda gigante, minhocão, pula pula, animais de montaria) e espaço para eventos e atividades esportivas, como pistas de caminhada, aparelhos de ginástica, quadras de tênis, quadras poliesportivas, pontes, fontes e bebedouros.

Vista aérea do Parque Municipal.

Vista aérea do Parque Municipal, a partir do alto de um prédio localizado na praça Afonso Arinos.

Literatura:


Prefeitura de Belo Horizonte. Parque Municipal Américo Renné Gianetti. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/fundacao-de-parques-e-zoobotanica/informacoes/parques/parque-municipal-americo-renne-giannetti. Acesso em: 25/05/2022.

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