As plantas podem se reproduzir de forma sexuada e assexuada, em muitos casos, das duas formas. A reprodução via sementes (sexuada) gera plantas geneticamente diferentes, uma vez que envolve gametas masculinos e femininos oriundos de indivíduos distintos (exceto quando há autofecundação). As plantas geradas têm crescimento, floração e frutificação mais lentos (ou seja, o período juvenil é maior), maior longevidade, raizes mais profundas e em maior número.
É ideal em programas de melhoramento genético (devido a variabilidade genética proporcionada), mas indesejável quando se quer manter determinada característica (formação de clones). Algumas orientações para otimizar esse processo:
Seleção de sementes: primeiro, deve-se escolher as plantas mais bonitas, cujos frutos são bem formados. As sementes devem ser médias e de formato adequado.
Algumas sementes apresentam processo de dormência, caracterizado pelo atraso na germinação mesmo em condições de umidade, temperatura e oxigenação adequadas. Ocorre em 66% das espécies arbóreas e pode ser física (impermeabilidade do tegumento), mecânica (resistência mecânica à expansão do embrião), química (substâncias inibidoras de germinação), morfológica (embrião rudimentar ou imaturo) ou fisiológica (mecanismos internos de inibição).
TRATAMENTO DE SEMENTES:
1 - Lavagem em água corrente: remoção das substâncias inibidoras e dos carboidratos em volta;
2 - Secagem: sombra e ar corrente. Se for armazenar, em local frio e seco;
3 - Escarificação: danificar o tegumento mecanicamente, por abrasão sobre uma superfície áspera, ou quimicamente, por exposição a ácidos (sulfúrico ou clorídrico) ou água quente. Quanto mais dura a semente, maior o tempo de tratamento;
4 - Estratificação: manutenção das sementes em ambientes frios e úmidos (estimula a diminuição do teor de inibidores e o aumento dos promotores de germinação). Armazenamento em camadas alternadas de areia, esfagno ou vermiculitas com camadas de sementes;
5 - Embebição (pré-germinação ou entrada de água nos cotilédones): quanto mais impermeável o tegumento, maior o tempo de exposição à água;
6 - Tratamento com fitorreguladores por exposição à giberelinas (GA3):
concentrações de acordo com o grau de facilidade de germinação das sementes, ou seja, quanto maior a dificuldade de germinação, maior a concentração.
7 - Colocar a semente em substrato para germinar. O ideal é uma mistura bem porosa e com baixa capacidade de retenção de água (boa aeração).
Recomenda-se os substratos prontos ou algumas misturas que envolvam casca de pinus, areia média, serragem, terra, matéria orgânica, unha de carvão, entre vários outros componentes possíveis. A profundidade de plantio é, normalmente, 2x o tamanho da semente e o substrato deve ser mantido sempre úmido, sem encharcamento.
8 - Cobrir com palha ou vermiculita para manter a umidade;
GERMINAÇÃO
A germinação de sementes ocorre devido à presença de água e oxigênio no solo e é favorecida por altos índices de umidade relativa do ar e temperaturas entre 10 a 20ºC no solo ou 22 a 30ºC no ar, conforme a espécie.
Após a germinação, oscilar entre substrato quase seco e mais úmido, de forma a favorecer o desenvolvimento de raizes. Ao adquirir 4 pares de folhas definitivas (em torno de 5 dias), a plântula pode ser colocada no saquinho, vasinho ou outro recipiente.
Algumas germinam espontaneamente, apenas sob temperaturas elevadas e com o contato com a água da chuva (umidade), como o imbaré (Cavanillesia umbellata):