Biologia da Paisagem

Samambaiaçu em área de Mata Atlântica semidecidual.

Dicksonia sellowiana – samambaiaçu

Outro nome popular: xaxim;

 

Origem:  Brasil;

 

Ecologia: Samambaia ou feto arborescente, pré-histórico (tem mais de 200 milhões de anos), típico de encostas úmidas e vales sombrios das regiões de altitude do sul e sudeste do Brasil (600 a mais de 2000m, de MG até o RS), tanto em Mata Atlântica Ombrófila densa quanto semidecídua (neste caso, principalmente associada a cursos d'água). Bastante resistente ao frio. 

 

Faz parte da lista vermelha das espécies em extinção da flora de Minas Gerais (IBAMA), de forma que é protegida e de corte, exploração ou comercialização proibidos no país todo. Além da exploração desenfreada de seu tronco para produção de vasos e substratos (xaxim) para orquídeas e outras epífitas nas últimas décadas, ao retirar a planta de seu habitat natural e plantar em locais inadequados, ela morre rapidamente, diminuindo sua população in natura. 

Como seu tronco é habitado por inúmeras espécies epífitas, sua queda populacional traz implicações sobre outras espécies vegetais. Atualmente, há outras opções para o xaxim, como as fibras do côco-verde e a casca dos pinheiros.

A planta é comum em áreas frescas, de altitude, onde as temperaturas amenas diminuem a evapotranspiração e permitem o crescimento distante dos cursos d'água. Aqui, ele aparece de forma mais típica, sob a sombra da mata fechada na região de Ravena, município de Sabará. RMBH. A região tem bioma de transição entre Cerrado e Mata Atlântica:

Samambaiaçu em sub-bosque florestal.

Samambaiaçu em sub-bosque florestal no Parque Nacional da Serra do Gandarela, em MG.

Samambaiaçu em área de Mata Atlântica semidecidual.

Samambaiaçu em área de Mata Atlântica semidecidual na RPPN Colina dos Tucanos (Sabará - RMBH). 30/01/2022

Samambaiaçus em área de APP.

Samambaiaçus em área de APP no Parque Estadual do Rio Preto - São Gonçalo do Rio Preto (MG). 17/08/2024

Porte: 2 a 4m de altura, porém há registros de indivíduos com até 10m e 1,2m de diâmetro de caule, tamanho atingido muito lentamente. Daí o nome samambaia + açu (grande, em tupi-guarani). Apesar do porte alto, não pode ser considerada árvore, já que não produz lenho;

 

Caule: não ramificado, marcado por cicatrizes foliares, rígido, espesso, ereto, fibroso (raízes externas), e de cor marrom​;​

 

Folhagem: folhas muito ornamentais, verdes, grandes e concentradas no ápice na forma de uma coroa de até 5m de comprimento;​ Detalhe da belíssima e grandiosa coroa de folhas e do caule com cicatrizes daquelas que já se soltaram;

 

Uso paisagístico: pouco utilizada no paisagismo devido à proibição de sua comercialização. É linda em seu habitat natural, apesar disso, pode ser, eventualmente, encontrada nos jardins.

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