Origem : América Central, porém é ampla;
Ecologia : leguminosa exótica de rápido crescimento, pioneira heliófita, muito rústica, que tem sido frequentemente cultivada no Brasil como forrageira e para recuperação florestal, uma vez que apresenta simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio, melhorando a fertilidade dos solos.
Ao mesmo tempo, apresenta forte potencial invasor (segundo vários estudos) e está na lista das 100 espécies invasoras mais agressivas do planeta, segundo a IUCN. Há indícios de que pode formar maciços densos e avançar para áreas adjacentes, especialmente devido à capacidade de se reproduzir assexuadamente (rebrota sucessivas vezes após o corte).Este problema é bem documentado na ilha de Fernando de Noronha, onde estas árvores trazem problemas severos à frágil flora local, que apresenta endemismo e susceptibilidade natural a invasores, devido ao isolamento causado pelo oceano. A planta avança tanto por áreas de uso sustentável, como a APA (Área de Proteção Ambiental) quanto por áreas de preservação integral, como o PARNAMAR (Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha).
No entanto, este fenômeno (invasibilidade) deve ser tratado sob o ponto de vista biogeográfico e não taxonômico. Lentamente, tende a perder espaço para as espécies nativas tardias, já que é intolerante ao sombreamento. Dessa forma, subentende-se que vegetações savânicas sejam mais susceptíveis a esse tipo de distúrbio. É muito parecida com a espécie Albizia procera, da mesma família, e de difícil diferenciação;
Folhagem: folhagem verde, composta bipinada, típica da família;
Floração: flores pouco interessantes para ornamentação formadas ao longo do ano, porém com maior frequência no começo da primavera;
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Folhas bipinadas e bastante abundantes.
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Detalhe dos frutos marrons muito abundantes.
Frutificação: fruto seco do tipo vagem, que domina a copa em vastos períodos do ano, sendo a principal forma de identificação da espécie. Apresentam muitas sementes, dispersas por gravidade (barocoria) e, provavelmente, por aves e formigas e que germinam facilmente;
Uso paisagístico: não tem atributos ornamentais significativos, geralmente é utilizada na arborização de locais públicos de baixa manutenção ou como grandes cercas-vivas, mais pela função que pela estética. No entanto, são muito comuns nas cidades.
Aparece, em vários pontos de BH, de forma isolada ou como cercas-vivas, como se vê abaixo:
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Leucenas formam cerca-viva na orla da Lagoa da Pampulha/BH.
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Conjunto de leucenas formando plano de fundo na avenida Heráclito Mourão de Miranda, em BH.
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Conjunto de leucenas na via-240 (Av. Risoleta Neves), junto do córrego, no bairro Providência - BH.
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Conjunto de leucenas formando uma "grande árvore" na avenida Pedro I, em BH, via intervenção artística humana. 14/04/2024
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Arborização com leucena na avenida Deputado Anuar Menhem, em BH.
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Avenida Tancredo Neves, próximo do cruzamento com a avenida Miguel Perrela, em BH.
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Leucena isolada no Pátio do IEF, região leste de BH.

Leucena isolada no Anel Rodoviário, na altura do bairro Goiânia, em BH. 24/02/2024.
tenho utilizado por muitos anos a Leucaena l. em projetos de agricultura, no Brasil e Africa, a questao ‘e’ somente uma atitude de gestao, e nao deixa-la monopolizar, em bancos de proteina, e’ eficiente o seu controle e verificar o seu potencial forrageiro
Pois é, Eliezer, as leucenas não estao aí a toa, elas têm um potencial de usos diversos. Nas cidades, por exemplo, vejo muito na arborização de ruas e na formação de cercas vivas. Não são as mais bonitas, mas muito úteis para locais de baixa manutenção. Agora, há a necessidade de um manejo adequado, caso contrário pode se espalhar demais, como ocorre atualmente na ilha de Fernando de Noronha: https://www.bbc.com/portuguese/geral-50951141
Obrigado pela participação!