Origem: Brasil, principalmente a região Sudeste, a Bahia e o Sul do Brasil. Apresenta ocorrência bem mais restrita que a embaúba-branca (Cecropia pachystachya) e mais concentrada no centro-sul do país, motivo de seu nome popular;
Família: Urticaceae;
Ecologia: árvore tropical a subtropical, perenifólia, dioica, pioneira, heliófita, endêmica do Brasil, em formações florestais de diferentes densidades dentro do domínio da Mata Atlântica, especialmente em encostas montanhosas. Apresenta crescimento rápido, madeira pouco densa e ciclo de vida relativamente curto (20 anos), o que a torna muito importante para a regeneração das matas. Foi encontrada dentro de Belo Horizonte, próxima do Parque das Mangabeiras (serra do Curral, a cerca de 1100 m de altitude) e em área aberta da RPPN Colina dos Tucanos (Sabará - MG), porém inserida em um contexto de florestas estacionais semideciduais no entorno. Seu tronco oco serve de habitat para formigas (gênero Azteca, também chamadas de “formigas de embaúba”) e pulgões, que nidificam nos entrenós e são muito importantes para a sobrevivência da árvore. Serve de alimento para o bicho-preguiça e outros animais. Dessa forma, é muito utilizada no reflorestamento;
Porte: árvore pouco robusta, de tronco ereto, anelado verde (marcado por cicatrizes das folhas antigas) a cinza-esbranquiçado quando madura, fino (máximo de 30 cm de diâmetro) e levemente curvado, de 8 até 16 m de altura. Sua copa é mais ou menos corimbosa, pequena;
Folhagem: folhas grandes, alternas ou verticiladas, simples, levemente discolores, coriáceas e muito ásperas (motivo pelo qual é utilizada como lixa de madeira), formadas por 7 a 11 lobos profundos, de ápice obtuso, e erguidas por longos pecíolos avermelhados, que se inserem no limbo foliar formando uma mancha vermelha em seu centro. Apresenta nervuras avermelhadas e seus primórdios foliares também são vermelhos, característica relevante para sua identificação. São consumidas por bichos-preguiça;

Detalhe das folhas da embaúba-vermelha-do-sul, convexas, verdes e discolores. 29/10/2022

Folhas e inflorescências da embaúba-vermelha-do-sul. 29/10/2022

Detalhe da folha da embaúba-vermelha-do-sul, grande e com nervuras grandes e vermelhas a amarronzadas. 16/03/2025

Pecíolo e nervuras na face adaxial da folha da embaúba-vermelha-do-sul. Ao fundo, a RPPN Colina dos Tucanos (Sabará - MG). 16/03/2025
Floração: inflorescências pouco relevantes para o paisagismo, mas muito interessantes do ponto de vista ecológico, formadas por espigas verdes a amarelas pendentes, inicialmente protegidas por estípulas terminais vermelhas a rosadas, polinizadas pelo vento. São formadas ao longo do ano, principalmente entre meados do inverno e a primavera. Na RPPN Colina dos Tucanos, surgiram no final do verão;
Frutificação: infrutescências cilíndricas, como uma vagem, em que muitos frutos estão fundidos, verdes a amareladas e ramificadas, presente somente nas plantas fêmeas. Apresentam textura carnosa e sabor adocicado quando maduras, portanto comestíveis e consumidos por aves e outros animais, que dispersam sua grande quantidade de sementes:

Tronco, pecíolos e inflorescências protegidas por brácteas da embaúba-vermelha-do-sul. Ao fundo, a RPPN Colina dos Tucanos (Sabará - MG). 16/03/2025

Frutos da embaúba-vermelha-do-sul, observados durante o verão na RPPN Colina dos Tucanos. 16/03/2025
Uso Paisagístico: assim como as outras embaúbas, não tem apelo ornamental significativo, até porque é praticamente subespontânea e sem valor comercial, porém, para muita gente, é um símbolo de resistência e resiliência vegetal. Sua silhueta é interessante e, devido ao porte singelo, pode ser plantada até nos menores espaços.

Embaúba-vermelha-do-sul, com as colinas da região de Ravena (Sabará - RMBH - MG) ao fundo.

Embaúba-vermelha-do-sul utilizada no paisagismo residencial na praça do Papa, em BH. Ao fundo, a Serra do Curral. 29/10/2022