Biologia da Paisagem

Adansonia digitatta – Baobá

Outros nomes populares: árvore-dos-mil-anos, embondeiro; 

Origem: Nordeste da Austrália, Madagascar e centro-sul da África; 

Família: Malvaceae; 

Ecologia: planta imponente, típica de áreas semi-áridas de Madagascar e nas savanas africanas, até onde há alguma chuva no Sahel e abaixo da floresta tropical africana, embora hoje esteja mais difundida pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta, inclusive no Brasil (principalmente NE e SE). 

Apreciam solos arenosos/pedregosos e argilosos, em geral secos. Bastante aparentada com as paineiras e com a sumaúma. Nas regiões de origem, se destacam na paisagem entre a vegetação muito mais baixa ao redor. É a árvore do pequeno príncipe, uma das maravilhas da natureza, árvore nacional de Madagascar e sagrada ou com valores espirituais/lendários em alguns países. Uma das lendas diz que o baobá tinha inveja da beleza do tronco ou das flores de outras árvores e, por causa disso, foi plantada de ‘cabeça para baixo’ (de fato, sua estrutura de copa se parece com raízes). 

Apresenta crescimento muito lento (atinge poucos metros em décadas), tronco extremamente robusto e copa singela, boa parte do ano vista despida de folhas. Seu porte impressionante serve de referência para localização espacial e pode, também, servir de moradia. Há poucos exemplares de Baobás no Brasil, entre eles há no Rio de Janeiro e outro na rua São José, na Lagoa Seca (Natal – RN), este último seria o exemplar do pequeno príncipe:

Baobá do Poeta é uma espécie rara no Brasil e tem 19 metros de altura e 6 metros de diâmetro — Foto: Ricardo Araújo/G1

Baobá do Poeta é uma espécie rara no Brasil e tem 19 metros de altura e 6 metros de diâmetro — Foto: Ricardo Araújo/G1


Porte: Em geral, atingem 15 a 20m de altura, com tronco ereto e volumoso, cheio de cavidades e raizes superficiais grossas e ramos mais ou menos horizontais. Em Madagascar, são altos e de tronco menos grosso, como postes, chegando a 25m de altura. Já na savana africana, são mais baixos e de tronco extremamente robusto, chegando a 25m de diâmetro, provavelmente o tronco mais robusto do planeta (“árvore-garrafa”), que pode armazenar mais de 120.000L de água. Essa característica é importante para a população local em períodos de estiagem e inspirou o filme “A guerra da água”; 


Folhagem: folhas compostas digitadas, comestíveis, verdes, decíduas em boa parte de ano, principalmente no inverno; 


Floração: Suas flores são brancas, grandes (20cm de diâmetro), solitárias, efêmeras durante o verão, pendentes, formadas por 5 pétalas brancas onduladas com um maciço de estames no centro. São polinizadas por morcegos. Começam com aroma doce até adquirir cheiro de carniça; 


Frutificação: Frutos médios a grandes do tipo cápsula, de polpa branca utilizada em bebidas, casca dura e pilosidade cinza-amarelada, pendulares, comestíveis, de características medicinais (segundo sabedoria popular) ou alucinógenas a depender do tipo de uso, tanto que está presente no filme do Rei Leão por esta última característica. Podem ser usados como cuias. A semente demora muito tempo para germinar; 


Uso paisagístico: restrito a áreas campestres, de parques ou grandes praças, principalmente em arboretos, devido ao seu porte monumental. Mais comum no nordeste brasileiro. Nunca encontrei na cidade de Belo Horizonte.

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